Horimiya #09 – Análise Semanal

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Fica cada vez mais evidente à medida que Horimiya avança que Miyamura é quem é realmente o protagonista da série no sentido mais verdadeiro – é sua jornada psicológica que forma a espinha dorsal da narrativa. Ele é uma pessoa quebrada, e essa é uma grande parte dessa história. Isso se tornou claro essa semana, enquanto também avançava na sua desconfortável relação com Hori.

Encontramos com 3 dos antigos algozes de Miyamura. O personagem relevante entre eles é Tanihara Makio, que é o menos à vontade com o tom da conversa durante o encontro casual com Hori e Miyamura. Esta é uma cena desconfortável, com Miyamura em silêncio enquanto os caras mal fazem o que caras mal fazem, até que Hori tome a frente. É desconfortável assistir a esse resgate. Mas o fato é que Miyamura já passou tempo mais do que suficiente sofrendo silenciosamente para ficar feliz por ter alguém disposto a fazer isso por ele. E do lado de Hori, ela sabe que Miyamura merece ser amado, ter amigos e não ter que se esconder nas sombras para se sentir seguro. 

Há uma execução muito confiante na introdução de Tanihara, mexendo de forma inteligente na estrutura narrativa. Toda a sua interação com Miyamura é alternada pelas revelações sobre ele, que não aprendemos até perto do fim – ao ponto em que as suas cenas realmente não funcionam até que tenhamos a sua imagem completa. É um erro ocultar essa informação de nós, ou boa escrita? Horimiya deixa evidente que é um efeito intencional. Tanihara luta ativamente dês do seu reencontro com Miyamura com aquele momento especifico de sua vida – e a estrutura narrativa acompanha esse efeito. Ter causado a morte dos coelhos da escola por imprudência, então o pecado ao colocar a culpa em um colega de classe intimidado… Se alguém não for fundamentalmente uma pessoa terrível, isso é algo assustadora de mais de se ter reprimido.

Em um nível de execução visual, os planos dessa sequencia da luta interna de Tanihara eram ostensivos, mas também representavam de forma inteligente a maneira como frequentemente nos lembramos do passado. Cenas completas nem sempre são claras – em vez disso, lembramos de imagens e sensações marcantes. A cena era uma ilustração perfeita da ansiedade de se sentir do lado de fora, em uma retorica sobre como esse é o espaço externo mais apertado, e também apenas uma bela sequência. A visão de Ishihama para as cenas do ensino fundamental de Miyamura estão embebidas de uma nostalgia consistente.

No final, esse era um episodio inteiramente interessado no quanto Miyamura cresceu (e que parecia pronto a afirma que esta é sua história); o que tornava este também um dos episodio mais narrativamente coesos. Tendo passado sua vida deixado do lado de “fora”, Miyamura se tornou alguém com profunda empatia. Ele retirou as lições certas da sua dor. No entanto, o episodio ainda contava com o que era  facilmente as partes mais desconfortável de assistir de toda a serie, onde vemos os caminhos que a relação entre Hori e Miyamura está tomando – eu estava com receios, mas de fato isso floresceu em uma relação incrivelmente tóxica e condenada com a maneira como Hori ignora os sentimentos de Miyamura o tempo todo e sendo de fato possessiva, com a tendência de atacar Miyamura sobre coisas que não são culpa dele. Claro, tudo isso, principalmente seu gosto por S&M, o que gera um claro desconforto para Miyamura, é jogado principalmente para efeitos cômicos, mas não é totalmente inofensivo. Essa é uma produção de primeira – narrativamente e visualmente – então realmente espero que a série possa superar isso eventualmente.


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