Explorando franquias: Mahou Shoujo Lyrical Nanoha Vivid

Antes de começar, eu devo dizer que a razão da minha opinião sobre essa temporada não está relacionado com a mudança de protagonista ou proposta da trama. Já que mesmo essa temporada tendo um ar muito mais cômico, leve e descompromissado, isso não seria um empecilho pra criar uma história que pudesse soar cativante ou divertida em algum nível… Se os envolvidos soubessem executar isso bem. Pois infelizmente, a adaptação desse Spin Off teve uma queda de qualidade bem considerável em relação a qualquer outra temporada da franquia. E que mesmo ela sendo a única baseada em um mangá e não um anime original como toda a série clássica foi, ela não conseguiu me deixar tão envolvido.

Tanto que o fator mais incômodo para mim, foi o fato de vários episódios soarem uma espécie de fillers. Em que por mais que eles não tivessem sido, pareciam como um. Visto que o torneio (que aparentemente, era o arco principal da obra) só começou a ser abordado no episódio 9, mostrando apenas uma pequena parcela dele, sendo que os episódios anteriores pouca coisa agregava. O próprio arco da Eihart e a questão das memórias delas era algo com um potencial incrível, mas que aqui não teve tempo de ser explorado como devia. Visto que isso serve mais de pretexto para encontrar a Nove e consequentemente, a Vivio e as outras garotas, com o grande foco se tornando a interação com elas e não mais essas memórias. O que não seria um problema se a relação entre elas soam divertidas ou agradáveis. Mas infelizmente essas interações acabam se tornando algo bastante esquecível, monótono e insípido. Bem diferente das temporadas da série clássica. Como por exemplo, o conjunto de episódios em que elas visitam a Lucretia. Que se resumem basicamente a várias cenas de comédia, com algumas tendo até um certo fanservice que não agregam em praticamente nada e soam um tanto estranhas, visto que a franquia nunca precisou recorrer a isso. Fora alguns erros graves de contextualização, como a personagem Ix. Que vendem ela como alguém importante nessa temporada, mas além dela não ter aparecido em nenhuma temporada anterior, não explicam nem sequer quem ela era. Ou a ligação que ela tinha com a Vivio. Ou porquê dela estar desacordada, ou qualquer coisa do tipo. Ficando com esse buraco enorme no enredo.O elenco de personagens também não ajudou muito. Visto que ironicamente, eu me envolvi muito mais com a Vivio no Strikers como uma personagem de suporte do que aqui. Em que por mais que ela não seja uma personagem horrível, faltou algo mais que pudesse fazer eu me envolver com ela. Já que ela é o padrão de garota enérgica, agitada e otimista, sem nada que a fizesse soar como uma protagonista mais marcante. A Rio só me passava a impressão de uma personagem ainda mais genérica, já que ela tinha praticamente a mesma composição da Vivio, sendo totalmente eclipsada por ela, sem nenhuma característica ou personalidade que a destacasse ou alguma grande relevância na obra. E por mais que a Corona estivesse seguindo no mesmo caminho, teve o seu mini arco no final, que eu gostei e fez ela soar um pouco mais interessante, mesmo achando que tinha potencial de ser explorado de uma forma ainda melhor se tivesse tido mais tempo. Em que a minha personagem favorita do elenco de protagonistas foi mesmo a Einhald, com essa personalidade mais reservada que me agradava, e toda a questão das memórias delas que era bem interessante, mas que não foi explorado a fundo nessa temporada.Com isso, as qualidades acabaram ficando na reta final da obra, com a introdução do arco de torneio. Visto que o autor conseguiu passar a impressão de que ele sabia fazer um bom arco desse estilo. As lutas com as figurantes, por mais rápidas que elas fossem, tinham as estratégias e viradas bem características desse tipo de arco. Com um esforço em criar lutas criativas e cativantes, com o destaque indo para a luta principal da Einhald contra a Corona, que serviu como o clímax da temporada. Uma luta com um estilo que já vimos em várias outras obras de Naruto até Boku no Hero, em que uma personagem “fraca” enfrenta uma oponente com um poder muito acima do dela, mas soando tão eficiente quanto. Uma luta bem envolvente em que as estratégias e as técnicas da Corona soavam bem surpreendentes. Que somado às consequências que certas técnicas traziam, faziam a luta ficar bem mais tensa e imersiva ao mesmo tempo que deixava a motivação da Corona bem convincente, fazendo você torcer por ela. E ver a Nove ganhando foco e importância nessa temporada foi algo que também gostei. Levando em conta que eu gostava da personagem desde do Strikers, e ver ela assumindo esse posto de mestra/treinadora da Vivio e cia, criando esse contraste com a personagem que ela era na temporada passada foi algo bem legal.E no fim, eu devo dizer que fiquei um tanto indiferente a essa temporada. Claro, ela não é uma obra horrível ou péssima. Ela é bem inofensiva, e tem alguns momentos legais, fora certos aspectos que mostravam um grande potencial. Mas ainda sim, eu acredito que faltou mais empenho por parte dos envolvidos em demonstrar a química dentre as personagens, ou aspectos que fizessem elas se tornarem mais marcantes ou memoráveis como a série clássica conseguiu fazer. Fora a produção também não estar das melhores, devo ressaltar. E óbvio que eles teriam a chance de me fazerem pagar a língua caso tivesse uma segunda temporada, visto que o mangá claramente não foi totalmente adaptado. E lá, poderia ter algum arco que conseguisse mostrar o verdadeiro valor da Vivio e de suas parceiras como protagonistas. Mas considerando que essa adaptação seria uma forma de lhe introduzir ou fazer você buscar o mangá, eu devo dizer que ele não me deixou tão cativado a querer acompanhar e ver mais da jornadas dessas personagens como a série clássica conseguiu fazer.

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