Mahoutsukai no Yome #14 | Análise Semanal


Chise, mesmo transformada em raposa, percebeu que o lugar que deveria ficar era com Elias naquele lar que ele a garantiu, mesmo que os instintos naturais enquanto animal chamassem a garota para o além do horizonte. Ademais, o episódio enfim desenvolveu e encerrou a triste história sobre Joel e sua querida fada das rosas.

O velho que fazia histórias e poemas sofreu por não ter seu verdadeiro amor. Casou-se sem amar e sentiu-se aprisionado em uma vida que poderia enlouquecê-lo, se não fossem pelas lindas rosas do jardim de sua nova casa. O conto de Magus’ Bride deste capítulo foi sobre uma fada que devora contadores de histórias, que desta vez acabou se apaixonando pela presa. Com a morte da esposa, o então viúvo Joel continuava a escrever seus contos e a respirar a pureza de seus jardins que tanto o tranquilizavam – até que por meio fio de segundo ele tivera oportunidade de ver a fada que tomava conta de si. Os diálogos do velho para alguém que ele sentia que estava em volta de si, mas que não podia ver ou confirmar presença, se fazem intensos durante o episódio de sua véspera de falecimento. Embora tenha dito que estava com medo da morte, como é de se esperar de um humano, tivera uma vida de calmaria e apenas ansiava descansar bem, algo que nem o próprio Elias, que se passou de “ceifeiro da morte”, foi capaz de entender direito. Como pode um humano estar tão calmo no final de sua vida? Joel esteve com medo, mas não sem fé ou serenidade.


A fé inabalável de algumas, seja pela razão X ou Y, pode fazê-las vivenciar um sereno modo de vida que não as fazem ter medo do autoproclamado final. Como diz a música, para quem tem fé a vida nunca tem fim, e Joel se fez desta passagem. Mesmo sem odiar sua esposa, ele acreditou que após essa morte do qual ele não passou a sofrer encontraria com ela novamente, e depois até quem sabe com a própria fada que tomou conta dele. O homem mais sóbrio do que nunca teve esperança de um pós-morte em que pudesse finalmente ficar junto de seus amores. Pelo lado da robusta fada-das-rosas, ela sofreu do inimaginável. Apaixonar-se – mesmo sem aceitar este fato – pela sua presa. Isto é, por aquele que deveria ser sua presa. Sentir pena de um humano um tanto debilitado, achar graça em seu modo de vida, passar a visitá-lo e até cuidá-lo jamais seriam de se imaginar para uma criatura como essa, que sofreu pelos males de não conseguir ser vista, não conseguir falar e muito menos tocar seu querido como bem desejasse. Uma vida quase amaldiçoada de dois seres tão doces que sem perceber davam suporte um ao outro.

Chise sentiu bem essa exploração dramática e percebeu que deveria ajudar. Como a fada disse, foi um sentimento egoísta da protagonista em sua definição de “querer fazer aqueles que sorriem para mim não deixarem de sorrir”. E se não é o altruísmo egoísta que faz as pessoas serem tão complacentes, caridosos e solidários, eu não sei o que é; como bem alguns autores, como Richard Dawkins em seu glorioso O Gene Egoísta, se não é por tal razão humanos fazem boas ações, não existe uma. Essa é uma essência nata que à primeira vista (e análise) parece cruel e fria, mas não passa muito de como é a verdadeira natureza dos humanos.

Após o reencontro do velho e da fada, o anime ganha um feeling muito expressivo, fortes diálogos e uma linda trilha sonora impacatam os corações e conseguem até nos refazer refletir sobre o assunto. A própria Slay Vega não aguenta. O capítulo décimo quarto de Mahoutsukai se faz lindo, presunçoso e fantástico. Uma história de conflito amoroso que não teve seu momento de glória, se não pelos seus últimos segundos, com a partida de Joel para o além e as lágrimas sendo derramadas por ambas personagens de sentimento forte, e quem sabe até por você, leitor. O roteiro dessa incrível obra conseguiu novamente nos impactar com uma mini-história maravilhosa que com certeza está entre as mais memoráveis até então.

Avaliação: ★ ★ ★  ★
Extra


O próximo episódio promete.

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