Explorando franquias: Mahou Shoujo Lyrical Nanoha Reflection e Detonation

Finalmente encerrando a série de reviews sobre a franquia Nanoha, chegou a hora de falar sobre a sequência de filmes Reflection e Detonation. E como ambos narram a mesma história, eu irei comentar sobre eles na mesma review. Com eles representando um retorno as origens da franquia. Visto que além da história se passar em um período pós A’s e pré Strikers, trazendo todo o elenco clássico presente na segunda temporada. Eles também trazem de volta os aspectos que faziam a franquia ser tão atrativa pra começo de conversa, mesmo que com alguns deslizes.

O Reflection começa com a função de servir mais como um filme introdutório para poder não apenas preparar terreno para a nova problemática da trama, mas também para apresentar duas personagens inéditas de destaque dentro desse filme. A Kyrie e a Amitie. Com muito da trama se focando justamente no confronto da Kyrie com o grupo da Nanoha, e as motivações dela por trás de tudo isso. Em que eu devo dizer que por mais que a motivação dela para fazer o que ela faz fosse bem compreensível, ainda sim, ela foi uma personagem bem difícil para eu conseguir criar empatia. Especialmente se você reparar que muito do conflito inicial poderia ter sido resolvido na base do diálogo. Mas a obra faz a Kyrie ter essa atitude um tanto mimada, se recusando a falar sobre o objetivo dela e falando que ninguém a entende, que acaba soando apenas um mero pretexto para criarem mais cenas de lutas. Mesmo que o confronto dela com o grupo da Nanoha seja o meu momento preferido deste primeiro filme. Com uma atmosfera bem empolgante e intensa, que deixou toda a sequencia bem bacana.Além disso, temos uma série de lutas do grupo de protagonistas contra os servos criados através do livro das trevas, que também são boas. Em que por mais que alguns diálogos como a discussão sobre egoísmo e altruísmo da Levi com a Fate tenham me soado um tanto básicos, ainda sim, elas conseguem ser bem eficientes. Com o filme encerrando com a traição da Iris sobre a Kyrie, que foi talvez um dos principais problemas que eu tive durante ambos os filmes. Visto que por mais que essa virada fosse algo até um tanto esperado, levando em conta o quão ingênua era as atitudes da Kyrie.

O maior problema novamente se resume na forma como a série retratam as atitudes dos seus vilões, que continua um tanto clichê e não muito convincente. Tanto que diferente da Kyrie, que mesmo eu não gostando muito da personagem, a obra deixava claro que ela não gostava de fazer o que ela fazia e que ela estava sofrendo no processo, fazendo a redenção dela soar mais convincente. A Iris só tem uma composição extremamente cruel, sádica e perversa. Ao ponto de beirar a caricatura, com diálogos que chegam a ser forçados de tão exagerados que são. Para chegar no Detonation, eles não apenas reutilizarem o mesmo Plot twist feito com a Kyrie, mas querer convencer você a sentir empatia por ela, apenas por ter sido manipulada por outra pessoa. Que só acabou sendo demais pra mim. Já que mesmo o passado trágico dela não justifica essa postura tão desprezível que ela toma durante toda a primeira parte de Detonation. Fora que o grande vilão responsável por tudo isso é tão básico, genérico, e superficial quando o doutor do Strikers, o que também não ajuda.Mas mesmo assim, a obra consegue amenizar essas falhas devido as suas grandes sequências de lutas. Em que no Detonation, a obra apenas assume essa narrativa totalmente frenética, com uma luta intensa, explosiva e eletrizante seguida da outra durante quase toda a sua exibição. Fora a progressão que faz com as lutas se tornem cada vez mais grandiosas, épicas, e até mesmo viscerais. Visto que o Detonation é provavelmente a obra mais gráfica da franquia até aqui. Em que durante lutas específicas, eles entregam cenas bem violentas para manter o nível de perigo e urgência da trama sempre constante. Que somado ao fato da produção também estar acima de qualquer outra obra da franquia, faz com que eles consigam lhe deixar bastante entretido e curioso para ver como isso vai terminar. Com o destaque para a luta final da Nanoha, que faz com que o filme encerrar no seu ápice. Não apenas pelo impacto do que acontece na cena em si, mas também pelo diálogo que eles criam após a luta. Abordando essa filosofia altruísta da Nanoha e a razão dela se apegar tanto a este ideal, que acaba consolidando a personagem como a melhor da franquia. Conseguindo expandir ainda mais as nuances abordadas em temporadas anteriores, e fazendo dela uma personagem ainda mais humana.E com isso, essa sequência de filmes se torna algo bem agradável. Por mais que eu não ache ela tão coesa quanto o A’s ou tão ousada quanto o Strikers, ele consegue entregar uma história com uma narrativa bem simples e direta, mas ainda sim, enérgica e explosiva de uma forma bem eficiente. Que me deixou bem satisfeito em perceber que mesmo após o desastroso Vivid Strike, a obra ainda foi capaz de resgatar a essência que me fez gostar e respeitar a franquia.