Explorando franquias: Mahou Shoujo Lyrical Nanoha A’s

Logo após de uma temporada de estreia bacana, mesmo que com algumas falhas, Nanoha lança a sua primeira continuação. Conseguindo o feito de ser a minha temporada favorita dentro da franquia, em que mesmo mantendo a mesma premissa e estilo da primeira temporada, eles conseguem amenizar os erros e aprimorar as qualidades em comparação a ela.

Em que por mais que a trama permaneça praticamente a mesma da temporada anterior, em que a Nanoha e seus amigos vão em busca de mais um item capaz de destruir o mundo e enfrentando determinados inimigos no processo,  as mudanças já se tornam aparentes em seu primeiro episódio. Com eles conseguindo estabelecer as problemáticas e elementos da história de uma forma bem mais dinâmica e fluída. Não só mostrando a Nanoha finalmente treinando e conseguindo contextualizar o que viria a seguir, mas também não perdendo tempo em apresentar as novas antagonistas com a aparição da Vita. Com ela dando uma baita surra na Nanoha, instaurando um nível de perigo e urgência que a primeira temporada nem chegou perto de transmitir. Especialmente pela total falta de hesitação por parte não só da Vita, mas de todos os outros integrantes do grupo dela em alcançarem o seu objetivo, mesmo que fosse preciso matar por isso. Algo que viria a ser incrementado ainda mais com a derrota da Fate no processo e a introdução do restante do grupo dos guardiões e do livro das trevas.

Tanto que talvez o ponto mais notável em relação a isso são o quanto as antagonistas conseguem ser bem carismáticas a sua própria maneira, fugindo da composição de vilão megalomaníaco visto anteriormente. Já que a motivação delas consiga soar muito válida e até um tanto nobre, mostrando um lado bastante humano delas, que faz com que você ainda consiga sentir empatia por elas. Ao mesmo tempo, a obra faz questão de deixar claro o quanto que os métodos que elas usam para alcançar esse determinado objetivo é injustificável, e a necessidade de serem impedidas. Além do fato de que elas também conseguiam se manter ameaçadoras, com diversos planos e táticas, e pressionando o time da Nanoha até o fim, conseguindo manter uma tensão iminente na trama, mesmo nos momentos de calmaria. Fora o acréscimo de outros personagens como o Chrono, a Hayate e o “homem mascarado”, que conseguiam agregar ainda mais a narrativa, cada um a sua maneira. Que alias, fica como um destaque o fato de que nessa temporada, não parecia existir personagens inúteis, visto que mesmo os figurantes conseguiam desempenhar alguma função na obra ou mostrar algum valor na narrativa, o que me agradou bastante. Em que até as lutas se tornaram mais atrativas pra mim. Já que além delas terem se tornado mais diversas contendo tanto lutas em grupo, quanto lutas individuais. Conseguindo manter um tom de imprevisibilidade, tanto pelas estratégias que eram criadas, quanto nas viradas e reviravoltas que acontecia durante algumas delas (e até fora delas, já que a narrativa também guardava plot twists em relação aos personagens). Ao ponto delas também conseguirem ter uma carga emocional muito mais forte para elas, visto que todas as lutas tinham uma atmosfera bastante densa e um tanto melancólica. Tanto por parte dos guardiões, cujo o desespero impediam eles de enxergar uma outra maneira de conseguir resolver a sua situação, através de certas cenas bem inspiradas que conseguiam transpor um sofrimento bem genuíno ao mostrarem que elas estavam dispostas a se sacrificarem em prol do seu objetivo.

Quanto por parte da Nanoha, que mesmo ela se revelando como uma personagem pacifista desde da temporada anterior, ela ainda sim conseguia transmitir um imenso senso de responsabilidade. Visto que por mais que ela detestasse lutar, ela sempre tinha a consciência de que os conflitos não seriam resolvidos de uma forma tão simples. Não hesitando em ir para a linha de frente e lutar contra as suas inimigas, mesmo que isso fosse algo bastante doloroso para ela. Que fazia ela se tornar uma personagem ainda mais carismática e fascinante.Tanto que devido a isso, A’s permanece como a temporada de Nanoha mais consistente até aqui. Em que por mais que eu não tenha muito mais a comentar a respeito da trama, visto que ela é bem direta. Ainda sim, é como se eles tivessem refinado as ideias e conceitos trabalhados na primeira temporada e expandido isso para algo maior. Seja com a narrativa se tornando bem mais enxuta e fluída. Ou com a questão deles ampliarem o elenco introduzindo diversos novos personagens, mas ainda conseguindo fazer eles se tornarem interessantes e carismáticos. Ou com a progressão se tornado bem mais coesa e constante, fazendo com que ele se torne bem empolgante de se assistir até o fim. Ou com antagonistas muito mais complexas e bem melhor trabalhadas. Tanto que novamente essa temporada me lembrou um outro arco de um anime shounen, que seria o arco de Sensue de Yu Yu Hakusho. Em que duas facções lutam entre si em uma espécie de corrida contra o tempo. Mas novamente, executada de uma forma um tanto distinta, mesmo com o conceito base parecido. E por mais que a direção não fosse muito chamativa ou autoral, ela ainda continuava a ser eficiente em transpor todas as sensações necessárias para que você conseguisse imergir na trama e se envolver com a obra. Conseguindo aumentar ainda mais o potencial que a franquia tinha.


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