Horimiya #02 e Designs – Análise Semanal

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Hoje estou emocionado por continuar um dos meus animes atuais favoritos. O primeiro episódio de Horimiya foi um buffet de escrita charmosa e inteligente e de design visual fabuloso, desde a delicada arte de personagens a expressividade notável dos floreios de animação. Até agora Miyamura em particular se destacou como um protagonista incomum; sensível, mas não livresco, quieto sem ser particularmente inseguro e preocupado com o seu estilo, mas nunca crítico ou extravagante em seu comportamento. Ambos Miyamura e Hori já são pessoas totalmente realizadas, e os relacionamentos entre todos os personagens parecem genuínos e autênticos. Tudo parece tão simples e fácil.

O segundo episódio de Horimiya é tão carregado quanto seu primeiro de um perfeito entendimento de como um ótimo design pode definir o tom de um momento ou elevar seu drama. Ausente da inércia aguda dos rostos de live-action, o anime tem a capacidade de transformar emocionalmente seus personagens por meio de floreios expressivos e graciosos. Hori pode caminhar por momentos de “experiência vivida“, como também pode ser simplesmente uma poderosa bolha. Sentado na cadeira de diretor de animação tivemos Takuya Kawai. Depois de uma breve pesquisa, descobri que em vez de um conhecido de Ishihama, Kawai é um regular nas rotações AD para A-1/CloverWorks. Ele nunca apareceu como um supervisor com uma personalidade autoritária, mas sim alguém que, na melhor das hipóteses, realmente capta o apelo e as peculiaridades dos designs e os exagera – o que eu acho que realmente se aplica a este episódio.

A esse respeito é importante notar que Kawai foi bem apoiado pelos storyboards do diretor de episódio Yoshiko Okuda, que apresentava closes extremamente expressivos dos personagens. Na verdade, olhando seu histórico, Okuda parece raramente fazer storyboards, mas este episódio com certeza teve muitos momentos de close de câmera, o que é algo que Ishihama não costuma fazer sozinho. O efeito final era todo sobre detalhes e senso de tridimensionalidade. O sombreamento dos personagem é mínimo, permitindo que um trabalho de linha meticuloso receba os holofotes. Além disso, a busca por especificidades de expressões pareciam transmitir um tipo de verdade emocional.

E em termos de narrativa, Horimiya é uma daquelas raras séries que tem a qualidade de fazer com que você sinta que conhece um personagem assim que o conhece. Estes são modelos tridimensionais, não recortes. A camaradagem familiar descontraída entre Miyamura e os irmãos é um exemplo nítido disso.

A escola então funciona como uma interação entre dois mundos que impulsiona muito do que acontece na serie. Fazendo sua primeira aparição temos o conselho estudantil, liderado pelo presidente Kakeru Sengoku. Logo descobrimos que Hori tem feito muito trabalho para o conselho estudantil que ela realmente não deveria ter que fazer, e enquanto ela está se esforçando para isso, seus colegas notam que o trabalho que ela está fazendo na verdade pertence ao membro do conselho Ayasaki Remi – que também é namorada de Sengoku. E por alguma razão ela é incapaz ou sem vontade de dizer não. O fato é que o colégio está cheio de injustiças, então Hori sofrer uma não é uma ocorrência incomum. Eu diria ser meio revigorante ver que Hori é parcialmente culpada por sua situação, quando descobrimos que ela foi mais do que uma pirralha para o presidente do conselho estudantil quando eles eram pequenos. E nesse cenário recebemos como recompensa uma janela sobre a natureza gentil de Miyamura. Ele é um cara quieto e autoconsciente, mas não é o tipo de cara que fica parado e vê um amigo ser injustiçado.

A estrutura de esquetes deste episódio é um pouco inesperado para min. Essencialmente passamos por três historias com pouca noção de quanto tempo passa entre cada uma. O terceiro ato/esquete aqui é o feriado de primavera, que também é a época do aniversário de Hori. Ela reflete, não sem algum desconforto, sobre o quanto Miyamura se infiltrou na vida dela (é um pouco engraçado ver um criança como Souta ecoando um pensamento tão pungente quanto “seja mais honesta consigo mesma” – Horimiya parece ser tematicamente bem direto). Miyamura tem a escolha de presente perfeita, o que também empurra seus pensamentos para áreas desconfortáveis. Não posso acentuar o quão bom foi Ishihara inserir pelo menos uma pausa de alguns segundos enquanto Miyamura olhava pela janela e se preocupava com o futuro – esse tipo de respiro favorecer *principalmente*, mas não exclusivamente, mais “honestidade“ ao momento. A acuidade emocional de Horimiya parece condicionar a serie tão afiado e íntimo quanto qualquer drama de personagem ao redor.

No geral, este episódio ofereceu uma amostra abrangente de basicamente tudo o que tornou o primeiro episodio de Horimiya ótimo. De seu trabalho cuidadoso de personagem a sua comédia charmosa, grande controle de tom e belos enfeites visuais, este foi um ótimo episódio do início ao fim. Eu mal posso esperar para ver essa serie perfurar mais profundamente na experiência do fim do ensino médio.

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