Oregairu 3 #01 | Análise Semanal

Yahari é, sem dúvidas, um dos retornos mais aguardados pela comunidade. A situação dos três adolescentes em pleno paradoxo de suas relações interpessoais e desejos estava prestes a virar a chave ao final da 2ª temporada, e é exatamente do encontro dos três que se segue a nova temporada da sofrência juvenil.

Antes da análise dos acontecimentos do episódio, é válido brevemente ressaltar que o papel da direção para entregar cenas de atuações genuínas das expressões e sentimentos dos personagens segue bem encaminhado. É certo que o anime tende a sofrer com inconsistência dos designs, em mais alto ou baixo grau conforme os episódios passarem, mas também é notável que, assim como foi na temporada passada, os gatilhos emocionais serão trabalhados da melhor maneira possível pela direção para que as atuações e as composições das cenas mais importantes sejam o destaque da temporada. O esforço para manter uma boa atuação de personagens continua. Não precisamos de muita coisa além disso.
 
Partindo para o episódio, o monólogo inicial de Hachiman mostra como ele é hipócrita. Ele quer algo genuíno, mas ele sabe que uma resposta direta traria um fim desastroso para suas relações e ele poderia acabar sozinho. Ele tem medo de expor seus verdadeiros sentimentos para as duas. A partir de suas ironias, é possível notar como ele acredita que a relação entre os três soa superficial, pois todos ali possuem seus próprios sentimentos omitidos por uma faixada em que fingem que está tudo bem em prol de que o “trio perfeito” não se quebre. Hachiman sabe que seus sentimentos devem ser expressados, mas está hesitante.
 
O diálogo da Yui sobre esforço também simboliza como ela tentou manter essa camada mais superficial e esconder seus verdadeiros sentimentos. Mas observando Yukino se relacionar com Hachiman, e a aproximação gerada pelos dois por terem trabalhado juntos, ela se questiona e fica incomodada, embora já esteja convicta de que não desistirá e fará aquele encontro prometido acontecer.
No entanto, a temporada final focará em Yukinon, é óbvio como a narrativa tende a explorar seu lado melhor agora, chegou o ato em que seus problemas de identidade e existencialismo floresceram. Ela estava tentando o seu melhor, mas não conseguiu ajudar o Hachiman. Yukinon quer provar para sua família, e principalmente para si mesma, do que é capaz. Não se trata mais exatamente do objetivo de superar a irmã ou só mostrar à sua mãe que ela não é apenas uma sombra tentando obter o mesmo sucesso, ela quer provar que consegue fazer as coisas sozinha e do seu próprio jeito. Não à toa, para conseguir isso, ela tenta encontrar sua determinação e seus próprios desejos, o que a motiva a percorrer seu próprio caminho? Ela se encontra sozinha e perdida no momento.
 
O segundo ato do episódio, embora também mostre Hachiman se relacionado com Kawasaki em cenas muito agradáveis de pura trégua e amizade, tem como foco sua relação com Komachi. O motivo de Hachiman dizer algo como querer ser um “marido de casa e ser sustentado pela mulher” é porque ele e Komachi tiveram pouco carinho na infância. Os pais de ambos trabalham muito e, como praticamente já normalizado, eles sofreram com isso mesmo que subconscientemente.
Por isso Komachi puxa o lado emocional da fraternidade dela com o Hachiman, ela o respeita muito pois enxerga alguém que foi obrigado a se virar sozinho, foi necessário cuidar de tudo por conta própria. Hachiman chora com os elogios da irmã porque ele compreende a situação, da mesma forma que ela se emociona por perceber o avanço do protagonista. Agora ele está mais aberto às emoções, está mudando, não é mais aquele garoto podre sem amigos.
 
Komachi tinha desistido de consertar Hachiman, mas ela queria que ele continuasse amigo da Yui e da Yukinon para que ele pudesse mudar. E ao ver que seu irmão já está no processo de mudança ela fica muito feliz. O que resta é saber quais caminhos serão perseguidos por cada um deles.
Avaliação:      ★ 

Extras