Perguntas respondidas, Feliz Natal! | HGS Responde #02

Obrigado pela participação de todos para mais uma postagem especial de final de ano em que responderemos algumas questões deixadas por vocês. Além disso, feliz natal e boas festas à todos, a equipe agradece ao apoio recebido este ano.
 
*A ordem das perguntas está de forma um tanto aleatória, lembrando que não perguntas repetidas não foram selecionadas. A Maya teve que se ausentar de última hora e não está participando das respostas, assim como o Muller e o Sen.
 
1) Um anime que fez vocês se emocionarem com algo pequeno? Isso normalmente ocorre com vocês de se emocionarem como se um familiar tivesse morrido?
 
Gapso: A última vez que me emocionei vendo um anime foi possivelmente com Sangatsu no Lion 2. Agora, com “algo pequeno”, realmente não lembro quando foi a última vez. Acredito que tenha ocorrido algo assim há uns 4 ou 5 anos atrás, em um episódio de Naruto Shippuden, durante o arco da Grande Guerra, em que focaram em uma garotinha e em alguma assunto acerca de “neve”. Não lembro exatamente o que era, mas eu me peguei chorando nesse episódio, foi algo que poderíamos considerar como “pequeno” no anime (possivelmente era um filler).
 
Aria: Sim, aconteceu com o anime Kanojo to Kanojo no Neko (2002) que é literalmente um pequeno OVA de 4 minutos. Costumo chorar para filmes e animes se houver certa empatia ou que tenha acontecido o mesmo comigo.

Nick: Akage no Anne fez bastante isso, com seus pessoais momentos dramáticos de ressonância universal. Acontece, e é sempre um bom momento. Isso sempre marca essas obras a ferro na minha memória. 
 
2) Melhores animes para cada ano desde 2005? Top 10 filmes animes? TOP 5 personagens? TOP 20 animes?
 
Gapso: Acalmem-se. Faremos posts para essas categorias em algum momento.
 
3) Pior adaptação que já viram ?
 
Gapso: Possivelmente, Big Order ou Tokyo Ghoul:Re.
 
Aria: Kino no Tabi (2017), um claro exemplo a não ser seguido.

Nick: Tokyo ghoul :re é uma monstruosidade que eu certamente chamaria de uma “má adaptação”.

4) Qual ano foi melhor em animes 2017 ou 2018?
 
Gapso: 2017 foi o ano de lançamento de excelentes obras, então fico com esse. Mas, 2018 foi incrível também pelo tanto de produções acima da média que foram lançadas.
 
Aria: 2017, porque tivemos animes como Made in Abyss, Little Witch Academia e Shoujo Shuumatsu Ryokou.

Nick: Eu diria 2018. Eu tenho alguns tesouros em 2017, que ainda são um destaque que perduraram por alguns anos, mas olhando a quantidade e qualidade meu trofeu é entregue para este ano. 
 
5) Expectativas pra temporada que vem?
 
Gapso: Parei de criar expectativas por temporadas de animes há um tempo, mas eu certamente estou de olho em algumas coisas.
 
Aria: Estou querendo muito ver o remake de Boogiepop Phantom, e olhando a temporada como um todo vai ter vários dos “cute girls doing cute things”, e dessa vez com mulheres-jato, então vai ser uma temporada interessante.

Nick: Sinto que será uma temporada lotada de criadores talentosos. Vai ser realmente muito forte – com muitas adaptações e muitas produções originais interessantes. Temos muitos animes irresistíveis para aguardar ansiosamente.
 
6) Existem erros em obras que não são erros?
 
Gapso: Bom, sim. Depende da abrangência desse “erro” e qual é a proposta da obra, às vezes tudo faz parte de um contexto em que faz sentido.
 
Aria: No geral algumas obras não estão tentando ser boas em alguns aspectos, mas acabam sendo, então sim, existem erros que não são erros e sim acertos.

Nick: Gênios não se revelam na perfeição absoluta de uma obra, mas sim na absoluta fidelidade de si próprios. Se o erro de um show é  fiel as suas ideias, não passando de uma vontade de agradar, então não tomo como um erro. 
7) Por que os críticos normalmente odeiam o que é popular?
 
Gapso: Não acho que críticos odeiam o que é popular, isso é meio precipitado. O que acontece muito, acredito, é que é o popular acaba – às vezes – utilizando recursos, ferramentas já conhecidas e amplamente utilizadas para capturar atenção das pessoas, isso é uma das definições de “popular” afinal. E o excesso disso, em geral, não proporciona bons resultados quando se analisa obra dessas, acaba-se utilizando muitas fórmulas ou clichês para atender a demanda de pessoas que querem ver isso, que já esperam por isso, e não a quem busca algo a mais. Mas também depende muito do que é a tal obra popular, alguns shounens, por exemplo, podem ser bons pela sua forma de executar a proposta.
 
Aria: Dentre todas as perguntas essa é a que mais quero responder. Bom, vamos ao que interessa, antes precisamos definir o que é popular. Pessoalmente, tudo o que é exageradamente visto – que leva até quem não assiste animes regularmente ver o tal anime – é considerado popular. Depois, é preciso entender as expectativas. As pessoas que assistem Boruto querem só passar o tempo, enquanto um crítico quer algo conservador e bem feitou ou inovador e promissor, como são duas expectativas distintas elas podem ou não se unir. 
 
E muito desses animes são o que chamo de “porta de entrada”, eles na verdade criam fãs de animes e são o mais abrangente possível em termos de “gosto”, então o papel que eles desempenham para os animes é mais relevante do que avaliá-los, e por serem “genéricos” acabam por não terem o impacto de uma obra de nicho. E também não somos chatos, vemos os animes populares só não conseguimos elogiar muito, então não é que odiamos os populares.

Nick: É bastante egocêntrico pensar que aqueles que não gostam e criticam as coisas que você gosta estão de alguma forma mentindo, quando na verdade eles provavelmente apenas não gostam do que você gosta.
 
8) Como você discutem: de forma atacando ou se defendendo?
 
Gapso: Argumentação e contra-argumentação é o que resume uma discussão. Então se encaixa um equilíbrio entre os dois, mas não é em um tom agressivo, é questão de defender ideias.
 
Aria: Eu atacava muito, depois aprendi que não é a melhor solução então faço um misto dos dois me defendendo quando as pessoas não entendem as minhas perguntas e atacando quando elas são inteligentes.

Nick: Eu acredito que seja um ato de equilíbrio. Se eu sentir que estou em “modo de ataque” ou em “modo de defesa”, é uma discussão que eu certamente tenho que pular fora. 
 
9) Melodrama é algo necessariamente ruim?
 
Gapso: Não.
 
Aria: Melodrama é algo bom, o seu uso que ocorre como ruim. Por exemplo, acredito que um drama deve sentir a perda por muito tempo enquanto evolui em algo novo, e não confunda a palavra superação com esquecimento como muitos animes fazem.

Nick: Não. Existem diferentes graus de melodrama (ruim, decente, ótimo) da mesma maneira um filme de ação pode ser (ruim, decente e ótimo).
 
10) Um bom roteirista que fez cagada? E qual a cagada dele?
 
Gapso: Gen Urobuchi e o final/2ª temp de Aldnoah.Zero. 
 
Aria: O roteirista de Steins;Gate 0, que havia trabalhado em Steins;Gate: No primeiro é feito um ótimo trabalho, poderia ter salvo ou tentando salvar o anime, seu defeito foi falta de agir.
 
Nick: Hajime Kamoshida, o de Just Because!, no seu mais recente trabalho – Bunny Girl. 
 
11) Quais seus filmes (que não sejam japoneses) favoritos?

Gapso: Club de Luta, O Poderoso Chefão e Matrix, talvez.

Aria: Clube de Luta, Slient Hill, Dinossauro, A Origem, Paranoia e Matrix seriam alguns deles.

Nick: Her, O Poderoso Chefão, Aristogatas, Nostalgia (1983), Cidade de Deus…
 
12) Na opinião de cada um de vocês como se faz um bom texto critico?
 
Gapso: Com pontos sólidos sobre a obra, considerando qual é sua proposta, sua origem/contexto de criação e qual é o seu público-alvo – não faz sentido exigir que saia leite de pedra. Um balanço dos pontos positivos e negativos (na medida do possível) é extremamente necessário no desenvolvimento do texto, falar só bem ou só mal de uma obra não é muito proveitoso na minha concepção.

Aria: Seguindo as fórmulas do texto científico, apresenta se um problema ou objetivo, cria-se a base e conceitos ao longo do texto para no final concluir a sua ideia.

Nick: Deve haver uma dança entre o show e a resenha. Uma simbiose de confiança. Não sendo uma tabela de acertos e erros. Me mostre o porque você amou ou porque detestou.
 
13) Se consideram cinéfilos ou só fãs de animes?
 
Gapso: Sou apenas um fã de animes, o meu negócio é animação tradicional.

Aria: Eu vi muito filmes antes de ver animes, mas troquei os filmes por animes então sou um fã de animes que casualmente assiste filmes.

Nick: Sim, cinéfilo. 
 
14) Consideram otaku uma palavra ruim? Se consideram otaku? Desenvolvam a má reputação que a gente tem. 
 
Gapso: Já foi, acho que todos estão cansados de saber sobre a origem e as nuances disso. Hoje em dia, o termo é usado quase da mesma forma que “geek”, até incluindo os mesmos preconceitos de quem é “nerd”.

Aria: Otaku é um termo pejorativo desde sua criação no Japão que adotamos com orgulho, e não é incomum esta prática, o termo não é exatamente ruim e atualmente o problema é que você fala “otaku” e na cabeça dos leigos vem “porno 2D/Naruto”, então prefiro não usar o termo com pessoas não otakus.

15) Vão normalmente em eventos de animes? 

 
Gapso: Não.

Aria: Não, por um motivo: são eventos geeks e não de animes. Mas um dia irei para confirmar.

Nick: Não. Comecei a ir apenas pelo blog.

16) Qual a pior coisa, a coisa que vocês mais odeiam, quando leem uma análise de alguém?
 
Gapso: Aproveitando o que respondi na pergunta sobre o que acredito ser um bom texto crítico, realmente não me agrada ler pessoas escrevendo de algo que elas não sabem/não entendem como é – e o que busca conquistar. Pessoas que reclamam de uma obra por elementos que elas queriam que tivessem (ou não), baseado no entendimento errado que elas tiveram sobre a proposta, por exemplo. Mas há várias outras coisas, como endeusamento de séries, etc.

Aria: Alguém que fala tudo o que quer e espera que “não vai ouvir o que não quer”, críticos devem estar preparados mais que ninguém para debaterem e estar sem paciência e se acharem superiores é uma das maiores arrogâncias e que odeio na maioria dos críticos. Também odeio críticos que deixam respostas ocultas, como se estivessem se defendendo de alguém malvado e alguns não só de animes que gostam de polarizar ideias o clássico “ame-o ou deixo-o”.


Nick: Textos que parecem dispostos a atender às pontuações e avaliações medianas, se isso significa chegar lá. É até mesmo difícil diferenciar um texto do outro. 
 
17) As franquias de anime que mais odeiam? 
 
Gapso: Não odeio nada.

Aria: Odeio Naruto e Dragon Ball, porque quando falo sobre animes com pessoas de fora elas pensam que gosto desses animes.

Nick: Infelizmente, Fate é algo que não me encaixou de maneira nenhuma. 
 
18) Os 3 diretores de animes favoritos?
 
Gapso: Akiyuki Shinbou, Masaaki Yuasa e Mamoru Oshii.

Aria: Mamoru Oshii, Satoshi Kon e Junichi Satou

Nick: Oshii, Ryousuke e Yuasa. 
 
19) Vocês escutam muito música? Qual vocês diriam que é o estilo preferido de vocês (um apenas por favor)? TOP 3 bandas/músicos do estilo. 

Gapso: Não escuto tantas coisas e não tenho certeza do meu estilo favorito, mas vou dizer que seja música clássica: Tchaikovsky, Wagner e Chopin.

Aria: Claramente escuto muitas músicas, meu estilo preferido é eletrônico podendo ser dreamwave ou synthwave até Chillout (não gosto de dubstep). Minhas três bandas favoritas são Daft Punk, M83, Lazerhawk.

Nick: Rap: Kendrick lamar, Noname e Jay rock. 
 
21) Qual a opinião de vocês em relação a quem dropa uma série no começo? Que faz aquela regra dos 3 eps ou menos.
 
Gapso: Isso varia muito. Eu não concordo efetivamente com a regra dos 3 episódios, mas se uma pessoa assistiu aos primeiros episódios de uma série (não importa se foi um pouco mais ou um pouco menos de 3 episódios) e não sentiu apego nenhum à série, faz sentido que ela desanime e drope. No entanto, animes podem melhorar muito a partir de algum ponto aleatório ou específico – da mesma forma que podem piorar -, e é por isso que acho importante acompanhar blogs/pessoas, para assim descobrir quando vale a pena voltar atrás com algo que dropado, etc.

Aria: Totalmente certo, confie nos seus instintos ou preconceitos e não na opinião alheia.


Nick: É uma política que eu admiro, e espero um dia adotar. Se vc não gostou, deixei isso de lado logo. 

22) Top 3 diretores favoritos. (Não animes).

Aria: Steven Spielberg é o clássico, adoro ele e suas ideias. Christopher Nolan recente filme é Durkirk, mas eu adoro é seu filme A Origem, gosto da sua forma única de contar as histórias e brincar com coisa simples. Os irmãos Wachowski por sua cultura cyberpunk nos filmes e até referências a animes.

Nick: Ozu, Coppola e Akira kurosawa.
 
23) Como vocês começam a escrever um texto que não são análises? 
 
Gapso: Depende do formato do texto. Eu faço notícias, guias, análises e outros formatos de posts, normalmente eu tento escrever algo assim que leio, assisto ou tenho um insight sobre o assunto. Vale dizer que análises são problemáticas de se iniciar.

Aria: Primeiro passo: ir na web na ver o que estão falando, penso no que quero dizer e construo as ideias para proteger ou vender e tento seguir uma linha de raciocínio nas ideias mostradas. E o começo é a parte mais difícil para ser escrita, tenho dúvidas de como deve ser, se eu acho interessante e se acham interessante, são nessas linhas que a pessoa decide se vai ler tudo ou não.

Nick: Anotações de ideias no bloco de notas.
 
24) Qual o conselho de vocês em relação a procrastinação? 
 
Gapso: Eu não vou te salvar, só você pode se salvar” – MEME, Oshino.

Aria: Quanto menos faz, menos quer fazer então faça antes.

Nick: Para mim, a resposta tem sido, na maior parte, “programação comprometida e força de vontade até que minha adesão geral à rotina assuma”.
 
25) Melhores filmes de 2016, 2017 e 2018. (Não animes).

Aria: Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016), Onde está a segunda (2017) e Toc Toc – (2017). Não vou ter um filmes bom para falar de 2018.

Nick: Moonlight, lad Bird e Hereditária. 
 
26) TOP 5 de animes mais esperados de 2019.
 
Gapso: Falta anunciarem muita coisa, então provavelmente mudarei meu pensamento ao decorrer do tempo, mas: Mob Psycho 100 II , Vinland Saga, Carol & Tuesday, Sarazanmai e Haikyuu! 4.

Aria: Made in Abyss 2 (se existir a possibilidade), Boogiepop and Others, Chihayafuru 3, A Certain Scientific Railgun 3 e Ultraman.

Nick: Carol & Tuesday, Sarazanmai, Mob Psycho 100 II, Mix e Kaguya-sama
 
27) Existe política por trás das obras? 
 
Gapso: Não em todas as obras, mas em muitas séries há sim uma reflexão ou mesmo uma abordagem a partir de um ponto de vista.

Aria: Interesse em manipular as pessoas? Talvez em alguns animes.

Nick: Obviamente. Toda obra é política. Normalmente as pessoas enxergam isso quando não é sua política.
28) Qual a opinião de vocês em relação a Kyoto Animation? E qual o TOP 3 obras deles (isso se tiverem). 
 
Gapso: É um grandioso e tradicional estúdio, não preciso nem falar sobre o potencial de produção do estúdio. Mas eu não tenho nenhum anime que idolatro lá dentro. Para falar verdade, a maioria das séries [recentes] deles possuem problema em relação a pacing e/ou roteiro – isso porque a maioria de suas séries são adaptadas de obras da editora do estúdio, e eu vejo problemas – maiores ou menores – com essas. Não que seja tudo ruim, mas ao menos em relação as séries dos últimos anos não teve muita coisa que achei incrível. Exceções são as animações mais antigas (Clannad, Haruhi) e os que foram adaptados de obras que não eram da própria editora do estúdio, como Kobayashi-san e o filme de Koe no Katachi.

Aria: Eu gosto muito do estúdio mesmo ele derrapando em alguns animes. Top 5: Suzumiya Haruhi , K-on, Clanned, Lucky Star e Koe no Katachi

Nick: Bom estúdio, que consegue perder constantemente na sua colossal capacidade. Esta à frente da curva quando se trata de gêneros criadores, e isso vem através de seus produtos – eles fazem shows que qualquer um pode desfrutar. Hyouka.
 
29) Vocês têm orgulho da pessoa que são?
 
Gapso: Em algumas coisas sim, outras não. Ninguém está sempre satisfeito com si mesmo.

Aria: Eu só acho que preciso usar óculos, mas de resto estou feliz comigo mesmo.

Nick: Tudo é feito de picos e planícies. Dito isso, acho que sim. Talvez… 

30) 3 blogs brasileiros que vocês recomendariam. Blogs que estejam ativos com textos de criticas e tudo mais.
 
Gapso:  Rukh no Teikoku, Shiritori e a Biblioteca Brasileira de Mangás. Todos possuem formato diferente do HGS, eu diria.

Aria: Netoin!, É só um desenho e AnimeCote

Nick: Rukh no teikoko – um conteúdo que eu realmente apreciado, mas que infelizmente é tão pouco produzido. Um nicho com uma borda tão áspera, tem muita a se discutir. É importante ter quem ataque alguns temas. Biblioteca brasileira de Mangas – a melhor fonte de informações sobre o mercado nacional de mangas. 
 
31) Se consideram “politicamente corretos”? 
 
Gapso: Graças a Deus, não.

Aria: Pergunta curiosa, eu me considero meio “politicamente correto” porque tem humoristas que abusam da forma pejorativa das piadas.

Nick: Esse é um termo que tá realmente sujo, e é praticamente uma tag política.
 
32) Deve existir imparcialidade em um texto crítico?
 
Gapso: Não existe imparcialidade total, mas é necessário tentar levar em consideração, ao analisar uma obra, sua base, proposta, contexto, público-alvo e outros pontos.

Aria: Não existe imparcialidade pura e obviamente estamos tentando vender uma ideia então não podemos ser imparciais.

Nick: Não existe imparcialidade. Mas existe um equilíbrio a ser feito, não sendo somente um murro de palavras com apenas sua opinião mal embasada e sem fundamento
 
33) Anime desse ano que mais irritou vocês (tem que ter terminado já)?
 
Gapso: Hanebado! com aquele roteiro.

Aria: Como queria dizer Index, mas vou dizer Hanebado!.

Nick: Bunny girl.
 
34) Qual animes vocês diriam que é o anime preferido pessoalmente de vocês do ano? Aquele anime que pode não ser tão bom mas por gosto pessoal é totalmente a cara de vocês. E porque esse anime é a cara de vocês. 
 
Gapso: Sangatsu no Lion 2, considerando que acabou este ano. Isso porque eu me identifico bastante com alguns conceitos do protagonista e com os bons momentos de companhia dele. Além de ser excelente, esse show tem um carinho especial comigo. Se for para considerar um que foi lançado este ano, Megalo Box pela sua temática e visual que soam distópicos/underground, como séries clássicas que gosto, e por todo conjunto do show quanto criação de mundo mais rústico e trilha sonora.

Aria: Amanchu Advance, mas eu certamente colocaria em segundo Hakumei to Mikochi ambos são a essência do meu gosto. Porque são animes puramente slice of life que demonstram a graça da vida simples.

Nick: Megalo box. Rap em um box sujo, formando um palco para um vira-lata? Meu deus, esse é o meu negócio!! 
 
35)  O que vocês acham dos imitadores de Oregairu e Monogatari? O que exatamente eles não entenderam da receita? 
 
Gapso: Temos duas coisas totalmente diferentes aqui, vamos lá:

Sobre Oregairu, não há realmente imitadores para essa série no sentido pleno da palavra. Essa obra segue um padrão de gêneros específicos que advém dos modelos de light novel, não foi Oregairu quem inventou isso, a obra também possui esteriótipos vistos de séries mais antigas. O seu diferencial é a forma como a narrativa é contada, e eu não vejo as séries mais recentes, que as pessoas comparam com Oregairu, tentarem imitar esse desenvolvimento narrativo todo. Isso é um potencial de escrita do autor. Personagens com padrões e eventos parecidos existem nessas séries, pois todos veem de uma(s) mesma(s) fórmula(s) de light novel, o que diferem é a forma como tentam conduzir isso.
 
Sobre Monogatari, se for no quesito harém genérico, outras obras até conseguem, mas o estilo narrativo do Nisi Oisin, que mescla eventos atemporais e suas metáforas de narração esplendidas, junto do estilo único de direção do Shinbou, é praticamente impossível de ser replicado. Não vejo como uma obra de outro ator, com outro diretor trabalhando no anime, possa parecer e soar como Monogatari, são muitas circunstâncias que tornam Monogatari uma obra/série singular

Aria: Nada a declarar porque eu não vi os imitadores e não vi Monogatari.

Nick: Não existe receita, são bons escritores é isso. Não existe o elemento X. Eles tem uma reflexão de escrita e clareza de voz autoral que realmente é poucos que tem. E não é se imitando que se alcança. 
 
36) TOP 3 melhores vilões? Uma frase explicando o porquê.

Gapso: Oberstein, Itachi e Griffith. Poderia pensar em outros, mas fico na dúvida.

Aria: Oberstein (LOGH), Griffith (Berserk), Project 2501 (Ghost in the Shell). “Não queríamos ser vilões, mas precisávamos.” Vilões devem ser amados, loucos e terem um tipo de relação quase amorosa com seus heróis, um exemplo mais comum é o Coringa do Batman.

Nick: Griffth, Johan e Gouda. Bem e mal é uma linha realmente tênue, saber ilustrar isso é uma dádiva. 

37) Vocês acham que se deve levar em conta o material original de uma obra? As falhas que um anime segue do mangá devem ser desconsideradas?
 
Gapso: Depende de qual é a perspectiva do diretor/produção para o que ele quer que a série seja. Adaptar mangá para anime é mudar de mídia, e às vezes de contexto também, então problemas narrativos corrigidos na adaptação podem ser muito bem-vindos, da mesma forma que uma independência criativa acerca da mídia 2D.

Aria: Não, o anime tem e deve corrigir o problema do material original, ou ser uma obra inteiramente original, K-on! é um exemplo.


Nick: Não, uma deve ser independente da outra. Cobrar fidelidade é tolice. Se você não pode separar os dois, você também não pode criticá-los corretamente.

 
38) Qual a opinião de vocês em relação a canais do YouTube de anime? E mais especificamente o que acham do Marco do Intoxi Anime?
 
Gapso: Não vejo nenhum canal de animes no YouTube.

Aria: Youtubers Brasileiros bons de animes são poucos, mas existem sim. Eu acho que o Marco gosta muito de Shounen e fica quase cego por suas expectativas surreais, além do mais ele sabia que usar o termo intoxi lembra tóxico ou toxic do inglês que são termos pejorativos para “dizer pessoa chata”, então ele sabia o que pensavam dele antes mesmo do blog.

Nick: Wow, é realmente uma surpresa isso ter passado pela peneira do Gapso. Bem, eu prefiro ler do que ver as coisas em vídeo. O Youtube tem uma comunidade cega e muito tóxica. Além disso, os youtubers de anime são excessivamente duros ou de mente vazia (intoxi). Eu nunca tive qualquer tipo de interação com o cara, mas cara, suas críticas são tão materiais. Ele parece apresenta em suas virgulas o mínimo de conhecimento, mas de nada lhe serve a informação. Ele é o equivalente ao estereótipo do morador de porão. 
 
39) Em relação ao TOP 1 de você (anime/mangá), porque ele é o seu top 1? É só porque ele é bom? O que uma obra precisa fazer para estar lá.
 
Gapso: Meu TOP 1 está nessa posição porque mexeu profundamente de forma íntima dentro de mim. Mais do que ser excelente, um anime desse precisa ser reflexivo, transmitir temas e a própria arte de forma eloquente, agregando valor ao máximo pelo que sua mídia pode oferecer. E além de tudo isso, precisa mexer com algo dentro de mim, como poucas  obras conseguem. 

Aria: Meu top 1 nunca mudará, Aria The Animation. Ele é muito bom, é o anime do meu Nick e o motivo é sua sutileza e pureza em mostrar a vida cotidiana. Para uma obra entrar no top 10 ela precisa ser 100% slice of life dentro dos meus critérios, precisa de uma trilha sonora marcante, uma mensagem da qual eu possa levar pra vida e boa animação, direção e etc.

Nick: Akage no Anne, e não. Ele reverbera em min de forma pessoal e intima. É excelente, mas não “somente” por isso. Precisa ter a força de ir fundo onde somente a arte, a coisa verdadeira, vai. 

40) Pior livro que leram esse ano.
 
Gapso: Felizmente, não li nenhum livro ruim este ano.

Nick: “Anime the impact!”
 
41) Qual o seu texto favorito que vocês fizeram, e qual o texto favorito que tenha sido de outro redator?
 
Gapso: Meu texto favorito é possivelmente o de Sayonara, Zetsubou Sensei pelo que consigo me lembrar agora. Gostei muito do texto da Maya sobre Mawaru no Penguindrum.

Aria: Gosto muito do meu texto sobre Binchou-tan, meu texto preferido de outro redator vai para o texto Nick sobre Revue Starlight, onde ele teve a coragem e destreza para denunciar os problemas da série.


Nick: Cowboy bebop, e a da Maya sobre Penguim. 

42) Qual para vocês é a relação que as pessoas devem ter com a arte?
 
Gapso: Essa é a forma plena de expressão que nós quanto seres humanos possuímos para externalizar todos os sentimentos ou conflitos internos que possuímos, muitas vezes como escapismo. Uma vida sem arte é vazia. 

Aria: Uma relação de válvula de escape da realidade, devemos usar arte para imaginar e sair da triste realidade.

Nick: Que as pessoas saibam que de nada a arte precisa delas. Nos vamos até ela para sermos preenchidos.
 
43) O que é escrever é para vocês?
 
Gapso: Vontade de se expressar

Aria: Aliviar o desejo de falar para os outros o que penso.

Nick: Escrever em si é uma forma de arte, e escrever resenhas, em particular, é uma forma de arte a serviço de outra obra de arte.
 
44) Qual é a importância de uma mensagem numa história? Onde ela entra na avaliação final de vocês?
 
Gapso: É praticamente o ponto mais importante no final da avaliação. Para mim, uma história pode ser excelente, mas se ela não agrega nada ela nunca será “10”, terá automaticamente uma limitação avaliativa.

Aria: Para a review talvez seja algo importante na conclusão e valorização da obra no futuro, em sua nota teria pouca importância e para minha memória seria muito importante porque tudo o que levo da obra é sua mensagem.

Nick: É a parte final. É o verniz. Se tirada da soma o show não se sustentar, a obra tem um problema estrutural. 
45) Qual a opinião de vocês quanto ao Shinbou?
 
Gapso: Deus vult.

Aria: Um diretor bem lucido das ideias e que consegue comunicar o que deseja, ele também adora tentar surpreender quem assiste com suas ideias diferentes.

Nick: No começo e na maior parte da sua carreira – é o vandalismo artístico, tentando alterar retroativamente a coisa toda. Mas, Sangatsu ele realmente se sentiu em um voo pleno. 
 
46) Melhor jogo que jogaram em 2018.
 
Gapso: Melhor que joguei: God of War (PS4). Melhor que eu assisti: Red Dead Redemption 2.

Aria: Só agora estou jogando Overwatch e estou adorando, também joguei Crosscode que saiu oficialmente em 2018, ambos jogos muito bons.


Nick: GOW. Realmente é extremamente saboroso de se jogar. O velho e bom “pai e filho em uma viajem de amadurecimento”. 

47) Existe algum anime que fale sobre nunca perdoar nossos inimigos? E qual a opinião de vocês em relação a isso de as obras normalmente terem a mensagem de perdoarmos nossos inimigos?
 
Gapso: Não lembro de um anime assim. Não acho que haja realmente um problema na mensagem de perdoar um inimigo dentro de uma obra, depende de como isso é conduzido, normalmente a humanização dos personagens acaba chegando nisso.

Aria: Hell Girl é um exemplo de anime onde os vilões não foram perdoados. Porém não é exatamente como se perdoar tivesse mais benefícios para o inimigo, os japoneses acreditam que devem deixar os sentimentos ruins para trás então eles perdoam. Porém, não significa que as coisas voltam a ser ao que eram. Para mim é perfeitamente normal perdoar, ainda mais em histórias dramáticas.

Nick: Não tenho certeza se há. “Amaldiçoar seus inimigos até o fim de seus dias” geralmente não é um tema particularmente convincente, mas descobrir a nuança de reconhecer a humanidade dos outros enquanto também reconhece que eles são uma presença terrível na sua própria vida é uma tarefa muito complexa e um tema amigável para ficção.
 
48) As duas obras preferidas do Asano.
 
Gapso: Oyasumi Punpun e Solanin

Aria: Sinto muito, não li nada de Asano.

Nick: Para Asano, no momento provavelmente é Solanin seguido por Cidade da Luz.