Banana Fish #13 e #14 | Análise Semanal

Uma das coisas que mais me fascina nesse anime de Banana Fish é a riqueza de seus cenários. Já devo ter comentado isso uma ou outra vez nas análises anteriores, porém vale repetir e ressaltar o quanto eles são bem feitos e não só por serem detalhados, mas também pela escolha dos tons, filtros, o jogo de luz e ter um encaixa perfeito com os personagens.
E ainda que tenhamos visto já toda sua qualidade visual desde o começo, é difícil não continuar se surpreendendo. O episódio 13 estava praticamente impecável na sua produção visual, com os cenários suburbanos do metro bem retratados e evocativos.

Também há bons momentos da animação nas lutas, com um jogo de enquadramentos bem articulados. Entretanto, pra não dizer que tudo foi perfeito, a direção não é muito eficaz em criar tensão nas cenas de ação e deixa passar alguns erros bobos de lógica. Cenas essas as que me refiro são, por exemplo as com trocas de tiros, porque ao contrário dessas, as das lutas entre Ash e Arthur ficaram muito boas, bem coreografadas e animadas.

 
Outras cenas no Sakuga Booru 
Falando em Ash x Arthur, a rivalidade enfim acaba com um fim um pouco triste para o Arthur. É interessante como a morte dele não é aplicada como uma vitória do tipo mocinho contra o bandido, há um peso moral em consequência disso. Em um flashback aparece o Ash citando As neves do Kilimanjaro, sobre uma parte onde há uma carcaça de um leopardo que foi encontrado na montanha. Como ele foi parar lá? Estava caçando e se perdeu, ou almejava alcançar o topo por conta de algum desejo? Ele estava indo? Voltando? O episódio gira muito entorno disso, essa retaliação contra a gangue do Arthur, a busca pela cabeça do Papa Dino. Ash é movido por desejos e motivações que no fim ele sabe que não há significado, e que esse é um caminho sem volta. Matar o Arthur é como chegar a um ponto da montanha em que não há volta e ele vê a morte em seu próprio futuro. No fim, como será sua carcaça?

O episódio vem com uma nova Opening e uma nova Ending, que diga-se de passagem, são visualmente lindas, principalmente a Ending que apesar se ser compostas apenas por imagens estáticas, são deslumbrantes. Eu gostaria de comentar também sobre as letras delas, mas vou ter que deixar isso para a próxima análise. (>.<)

Depois do duelo final com Arthur o Ash acabou esfaqueado e levado ao hospital pela policia e o Eiji acabou preso também por ir lá se meter no meio de uma platéia de gangsters e depois gritar com a policia dizendo que o Ash é seu amigo (heh). Então o episódio vai acompanhando simultaneamente os dois personagens: a recuperação do Ash e o Eiji sendo novamente sequestrado pelo Yut.
Há problemas aqui nesse episódio, mas são os mesmos que permeiam os episódios anteriores (cof cof, Ash o perfeito, o deus, cof cof). Porém o roteiro consegue minimizar isso com alguns alívios cômicos, que alias ficaram engraçados demais, tipo a cena em que ele faz um teste avaliativo. (Sério, que cena espetacular. time perfeito e descontraindo essa perfeição toda do Ash).

Seria muito melhor que o personagem fosse mais assim, e menos o “monstro” dos episódios anteriores. E não estou falando da questão dele saber lutar e atirar melhor que os demais, mas ter isso realçado, como acharem que é necessário a colocação de terceiros para ficarem exaltando o personagem. Porque nós que estamos assistindo, percebemos que ele é inteligente e habilidoso, mas o roteiro quer vender que ele é o “ó do borogodó”. Isso, por questões de efeito, acabam prejudicando episódios como o 14 onde o QI do Ash poderia até causar um impacto positivo.

E em algum outro lugar da cidade, a Peach é novamente rapitada… Digo…
É, novamente o Eiji é pego e novamente pelo o Yut. Mas isso não significa algo ruim, porque se ele vai ou não ser usado contra o Ash ainda é uma variável no anime, entretanto as motivações do Yut aqui são diferentes e o cenário já mudou, politicamente e conflitual.
Na primeira aparição desse personagem eu comentei como ele era retratado como uma cobra (ou pode ser um lagarto também), pela forma como ele se movimentava. E isso se aplica muito à construção de sua personalidade sem que haja o requerimento de muitas informações sobre ele. E assim como boa parte das cobras, isso já era a imagem de um espirito traiçoeiro latente.

Um sob vigilância policial, outro virou refém de um rival no amor… Mas, não há nada ruim que não possa piorar, certo? Agora pessoas do governo e o FBI estão diretamente envolvidos com o Ash. Isso promete uma alavancada na trama para algo muito alem do mundo crime, mas tão sujo quanto. 

Avaliação do Episódio 13: ★ ★ ★ ★  (+++)
Avaliação do Episódio 14: ★ ★ ★ ★ ★ (++)