Steins;Gate 0 (2018) | Review

|Formato: TV | Estúdio: White Fox | Fonte: Visual Novel | Diretor: Kawamura Kenichi
 
OBS – Esta análise possui poucos spoilers sobre a série, e não revela o final.
 
Sinopse
Durante a reprise de steins;gate pensaram em alterar o último episódio é então que nasce o episódio 23 Beta dele surgi steins;gate 0 onde Okabe não mais obtêm sucesso e se torna depressivo, agora todos membros do laboratório devem tentar salvar Okabe e a Kurisu do seu destino.
Análise
O primeiro Steins;Gate o primeiro é um marco para a minha época, foi quando eu estava começando, e por muito tempo aquele anime era considerado o melhor de todos, e mesmo revendo ele anos depois, ainda continua bom mesmo sem o efeito nostalgia. (Temos um guia sobre o universo Steins;Gate)
 
Como em qualquer sequência, a tarefa de seguir com o mesmo nível e qualidade é difícil e delicada, É necessário um dos dois elementos: manter a mesma equipe significa – eles entendem e fazem o anime do jeito certo, caso contrário você precisa de uma equipe inteira que ame e entenda o original, o que não é a tarefa mais fácil e provavelmente desvirtuará do original.
Nesse caso, estamos na segunda opção: a equipe de Steins;Gate 0 não é a mesma do original, o diretor é Kenichi Kawamura que trabalhou em storyboard de animes famosos como Black Lagoon e Kaiji, além da decepção Qualidea Code. A direção dele é marcada por inconsistências e falta nele o que o diretor Takuya Sato tinha.
 
Pude isolar a qualidade incrível da direção de Takuya quando vi seu anime Ichigo Mashimaro, a direção dele é marcada por nuances e mensagens com significados profundo nas ações dos personagens, é ele junto de seus colegas que deram motivo para a Mayuri olhar para o céu e estender a mão.
 
Porém, em S;G 0, não existe alguém na equipe capaz de replicar essas características, por isso temos vários episódios muito distantes do Hououin Kyouma, eles tentaram justificar porque no final pudemos ver o que eles consideram ser o Mad Scientist que amamos.
Caso não bastasse despersonalizar o Okabe, tivemos um aproveitamento medíocre do tempo. Temos 23 episódios e em poucos não vemos o Okabe sofrendo pela sua paranoia logo superada, poderíamos ter mais episódios focado na trama? Sim, exagerar na depressão por causa do suposto motivo da “escolha” poderia ser feito com menos episódio e concluir a trama tão rápida não deixou uma impressão de importância no restante.
 
Perceba que a perda da Christina é mais importante porque esse significado é importando da outra temporada, ao Okabe ficar remoendo o passado com medo parece que não se trata do antigo personagem que agia e pensava muito bem nas coisas. E os altos e baixos na direção de Kenichi fizeram muitos dos episódios serem maçantes ou fora de justificativas, enquanto, por outro lado, alguns são bem feitos, no episódio da Kurisu aparecendo e a cena do beijo é um revisitar ao original digno e com respeito.
Porém, não podemos esquecer os elementos de produção. É perceptível que os diretores notaram a falta de poder “de animação”, existem poucas cenas de ação, poucas cenas em ângulos ousados e existem cenas que provavelmente serão refeitas para o bluray. Além disso, a trilha sonora que acompanha é de longe só um remix da outra, não trazendo novidades ou nem usando a como antigamente.
 
A equipe da obra é às veszes a alma de um sucesso, S;G 0 podia ser mal feito e carecer de músicas, mas não poderia carecer de conteúdo e carisma que marcaram o seu predecessor, e chega a ser triste porque temos ótimos dubladores na obra, os dubladores dos personagens novos foram perfeitos nas atuações e é engraçado ouvir um “estrangeiro” falando japonês, Mayuri é dublada por uma das minhas seyuus favoritas a Kana Hanazawa.
Sabemos que você, Mayuri, queria ajudar.
Como história pelo menos essa obra trabalha em outro universo e não afeta as outras, é somente uma explicação extensiva do episódio 23. Para a conclusão da franquia devido ao gasto de tempo inapropriado estamos diante de um possível fracasso seja em vendas ou reputação.
 
Em resumo, considero a obra exemplo a ser estudada para entender a complexidade de uma equipe e sua harmonização onde não podemos dizer que tudo de bom veio de somente uma pessoa ou que ela sozinha possa transformar um caso perdido num sucesso, cada um na equipe tem seu valor e todos eles fazem o conjunto da obra ser o melhor possível ou não, temos os exemplos das equipes em Steins;Gate antigo, novo e de ReRideD, o projeto pelo qual Takuya Satou trocou steins;gate 0.
 
Direção: 5 – o diretor tem uma grande variação na qualidade.
Roteiro: 6 – o roteirista poderia ser melhor, ele havia trabalhado no antigo então fez o necessário e o material original é bom.
Produção visual: 6 – houve alguns problemas de proporções.
Trilha Sonora: 6 – não apresentou novidades e foi usada de forma diferente do original.
Entretenimento: 5 – imagino que para quem gostou muito do antigo esse anime seja praticamente opcional.
 
Nota Final: 5,6 (Mediano)