Amanchu! Advance (2018) | Review

|Episódios: 12 | Estúdio: J.C. Staff Fonte: Mangá (Amano Kozue) Diretor: Sayama Kiyoko Musica tema por: Suzuki Minori Character Design: Itou Youkou

Clique Aqui e Veja as Análises dos Episódios Anteriores de Amanchu! Advance

Pikari e Teko são duas amigas muito próximas que vivem os seus dias mergulhando, passeando pela cidade e descobrindo novos lugares e amigos, enquanto Teko almeja ser uma mergulhadora a Pikari deseja passar mais e mais tempo com sua amiga, ambas estão para descobrir o melhor de cada dia.

Vale ressaltar: Esta review é quase exclusiva da segunda temporada e não pretendo comparar com o irmão mais velho Aria The Animation.

Sempre é bom mantermos em mente algo quando falamos de “Slice of Life” ou SoL, o gênero é novo e não está consolidado igual a outros, como mecha e esportes. Isso significa que há milhares de percepções do que é correto ou esperado de cada SoL então por isso é necessário separar dois temas.

Primeiramente “Nem toda a comédia é SoL, mas alguns SoLs têm comédia” poderia citar o gênero comédia como a “gripe” dos animes, em todos os lugares sempre a colocam nos animes e quase nunca ela é realmente a definição do que é o anime. Amanchu demonstra com mastreia o equilíbrio entre usar a comédia e ser de comédia, para então fazer o seu trabalho “deslumbrar as coisas”.

Outra palavra para definir as diretrizes de qualquer SoL é ser “observador”, durante a obra os melhores momentos se davam por observação dos pequenos detalhes, isso é devido ao fator que podemos chamar de carpe diem e mono no ware, ambos falam da mesma coisa, mas o segundo aborda a finitude das coisas e é gênero literário japonês.

Amanchu fazia das suas caretas o seu humor para descontrair a cena e não a deixar carregada, está a função de praticamente qualquer obra que use humor e não seja de humor, a ideia é descontrair o momento e não há “punch line” evidente, como quando a Pikari faz piada da sua amiga ou ela mesma.

Por outro lado, por diversos momentos dessa segunda temporada faltou a presença da música. Amanchu não teve a trilha sonora para fazer dele marcante, mesmo a primeira temporada apresentou bem, e com isso perde-se o valor que as cenas poderiam causar e o sentimento é deixado para a reação dos personagens.

Há também o sub-plot sobre o Peter onde o autor viaja no mundo da fantasia, e no começo até é saudável para a obra porque trouxe novos elementos da magia e proporcionou cenas lindas, mas depois se transforma em uma história romântica e simples que poderia ser outras coisas mais calmas como o mergulho noturno no último episódio. Esta é uma característica do criador original que se exagerou.

A produção ao longo da obra não é exigente e nenhum slice of life exige muita fluidez, o que se precisa é detalhes, cenários e cores. Nisso Amanchu fez muito bem. Em particular, as personagens trocavam de “figurino” várias vezes por episódio, é raro acontecer em animes, e por tal motivo as roupas deixavam a cena contar mais sobre os personagens, como quando elas estavam no festival.

Além de que, os cenários focaram no que o autor mais gosta: o mar e fazia da água um personagem silencioso, capaz de catalisar cenas e momentos diferentes. Aria navegava e Amanchu mergulha. Outro elemento oculto é o “passar do tempo” ou talvez “coming age” que fica diluído durante a obra para no final ser revelado como um “adeus” para quem viu esta obra tão brilhante e refrescante.

As personagens durante os novos desafios recorriam a fatos de outros episódios e, portanto, não chamaria a série de totalmente episódica além do fato do arco sobre o Peter ser linear entre os seus episódios, o que me faz duvidar dessa categoria “episódica” que raramente consegue expressar o que são as histórias. Poderíamos dizer que Amanchu tenta em cada episódio ter um significado próprio que pode ou não ser valorizado por outros.

E assim o roteiro assumiu o papel de revelar as motivações mais profundas das garotas, ajudando na introdução das novas personagens que dariam ao antigo elenco uma chance de se modificar. A interação de cada personagem é importante em obras desse tipo, pois quase nunca temos o fator história como força motriz de quem assiste e assim quem carrega a obra são os personagens e suas interações – e ao acrescentar novos personagens o anime ganhou novos rumos e ideias e escapou da repetição e padrões.

Por fim, o clímax fica por conta do adeus das personagens e a entrada delas no novo ano, cheio de emoções. Gostaria de recomendar esse anime para todos os fãs de slice of life ou Iyashikei por se tratar de uma obra pura e fiel ao gênero, que sabe como fazer os seus momentos e referenciar seu irmão mais velho.

Direção: 9 (Excelente)
Roteiro: 8 (Ótimo)
Produção visual: 9 (Excelente)
Trilha Sonora: 6 (Mediano/Bom)
Entretenimento: 8,5 (Ótimo)

Nota Final: 8 (Ótimo)

***