A criação do estúdio Ponoc
Yoshiaki Nishimura (Produtor do filme e criador do estúdio Ponoc): Ponoc é para ser pronunciado como “ponotch”, é croata e significa “meia-noite”. A meia-noite é o momento que acaba um velho dia e começo um novo dia. Nós começos do zero assim nomeamos nosso estúdio com a palavra “Ponoc”.
Em resumo, produzir filmes é como um milagre. Quando eu estava no estúdio Ghibli, o milagre estava comigo. Quando o estúdio Ghibli parou a produção no fim de 2014, tudo o que eu queria era produzir filmes. Quando nós produzimos filmes, para continuar a ter a forma que tínhamos construído, amada e apreciada, e também para continuar como uma equipe, nós precisávamos começar do zero.
O design dos personagens do filme
Hiromasa Yonebayashi (escritor e diretor): O design dos personagens é sobre o tipo de pessoa que o personagem é. A personagem da Mary tinha um complexo sobre o seu cabelo bagunçado, encaracolado e vermelho, ela não gostava disso, eu fiz de um jeito que era possível ver o volume quando ela prendesse o cabelo, mas quando ela encontra algo que ela quer fazer ela é capaz de ir direto ao objetivo. Em certos momentos, eu queria mostrar a grande força de vontade dela pela grande boca e sobrancelhas. Intencionalmente, moldei os profundos sentimentos dela em sua aparência exterior.
No começo, Mary acreditava que o seu cabelo era um problema, mas depois de embarcar na aventura, o seu complexo desaparece. No meio da aventura há uma cena dela tirando a fita do cabelo e correndo em frente. O complexo não era mais um problema para ela.
Eu queria que o filme tivesse a estrutura de “indo para uma aventura” e enfrentando você mesmo. O mundo de fantasia de Madam Mumblechook e o Dr. Dee é muito diferente de onde a Mary mora, e eles não sabiam que estavam fazendo algo ruim, eles eram apenas sinceramente fazendo as coisas deles.
Madam Mumblechook é uma professora entusiasmada que simplesmente queria que a escola mágica dela fosse a melhor, o Dr. Dee achava que sua pesquisa ira se tornar útil para muitas pessoas, a sua pesquisa era de modo indiferente e impaciente, eles eram pessoas puras.
Eu também a retratei a natureza cuidadosamente, senti que o autor da história original teve um grande e profundo respeito pela natureza, por isso na verdade viajei até a Grã-Bretanha para ver flores, grama e árvores para então ser capaz de retratar ela no filme.
Yoshiaki Nishimura: Quando nós localizamos o filme em certo país além do japão, senti certa responsabilidade. Fui até a Inglaterra procurando uma locação (cenário), seguindo o que eu aprendi de Isao Takahata e Hayao Miyazaki, quando eles fizeram a série de TV Heidi (1974), eles foram as primeiras pessoas no negócio de produção de animes a irem numa caçada pela locação, eles começaram isso.
Quando estávamos desenvolvendo os cenários do filme, decidimos visita a Inglaterra, especialmente a área rural, para ver por nós mesmos.
Yoshiaki Nishimura: no planejamento do filme, a nossa intenção não era mostrar a ciência diretamente, quando uma certa ideologia e o poder tremendo se juntam nesta hora a sociedade humana mudará dramaticamente. “Como vamos viver ao enfrentar este problema?” Esse grande poder talvez seja a causa do recente acidente que tivemos no Japão sobre reatores nucleares, ou pode ser uma arma química (atentado do gás Sarin?) ou uma arma militar, ou se falarmos de tecnologia, embora eu não ache isso, pode ser a inteligência artificial.
Neste filme Mary perde o poder mágico dela completamente, ela não consegue fazer nada, no mundo mágico ela não tem poderes, mas ela quer salvar alguém. Quando você está no escuro, se você dá um passo, você pode ser capaz de salvar alguém. Mesmo se você perde seus poderes mágicos seu poder real pode surgir para a vida. Quero que as pessoas pensem que podem mudar algo se tomarem derem um passo como a Mary fez.