FLCL Progressive | Primeiras Impressões


Na nova temporada de FLCL, muitos anos se passaram desde que Naota e Haruhara Haruko compartilharam sua aventura juntos. Enquanto isso, a guerra entre as duas entidades conhecidas como Medical Mechanica e Fraternity se espalhou pela galáxia. Enter Hidomi, uma jovem adolescente, acredita que não há nada surpreendente para esperar de sua vida normal, até que um dia, Medical Mechanica está atacando sua cidade e Hidomi descobre um segredo dentro dela que poderia salvar a todos… 
Uma nova temporada, depois de anos, provavelmente surpreendeu muita gente, principalmente os fãs do anime antigo. FLCL é um anime relativamente curto e deixou um forte gostinho de “Quero Mais” para aqueles que gostaram do ritmo frenético e a atmosfera que o anime oferecia, então questionar a necessidade dessa nova temporada nem foi um assunto relevante… A grande dúvida é, será que vão fazer algo no mesmo nível?

O primeiro episódio deixou bem evidente a tentativa de imitar o anime da Gainax e dentre todos os problemas esse foi o que mais pesou aqui e ele engloba os demais pontos negativos visíveis.


Começando pela trilha sonora. Um dos grandes destaques da obra original que tinha um inteiro repertório da banda The Pillows muito bem encaixados no anime, quase como se tivesse vida própria. Mas em Progressive, o foco em tentar reproduzir os feitos do anime antigo são colocados acima da importância da música. A primeira faixa é muito legal e nos engana por um momento de que isso seria um ponto positivo novamente, mas ao longo do episódio, a trilha sonora acaba incomodando por ficar muito mal encaixada com as cenas e a atmosfera, alem de serem faixas mais genéricas de guitarra que rapidamente enjoam. Há uma cena em que até inserem uma música do FLCL anterior, que é um dos poucos bons momentos do episódio.

Há um problema com a edição de som também, a regulagem do volume e etc. Mas a dublagem em inglês do anime pode ter algum peso nisso, então vamos relevar até que a dúvida possa ser tirada com a versão japonesa que estreia somente em novembro.

Outro fator problemático em Progressive é a sua americanização. Por ter sua exibição no Adult Swin, o anime é produzido com a intenção de agradar o público ocidental. Isso fica evidente quando vemos uma sala de aula tão multi gêneros que deixa 13 Reasons Why no chinelo. É claro que é algo que está longe de ser relevante, o problema real encontramos no roteiro que por vezes parece uma comédia de besteirol americana, que juntando com a trilha sonora mal encaixada e um péssimo timing, resulta em cenas bastante indigestas.

A americanização também afeta o character design do anime e dessa forma a arte do anime se torna por completo um elemento composto de indecisão. Afinal, eles queriam imitar o design antigo, criar um novo mais normalzinho ou imitar os traços de cartoons ocidentais?
A arte do anime também é afetada pela indecisão nos cenários, mas ao menos nisso o responsável se importou um pouco mais em reproduzir um visual semelhante ao do anime antigo, e partindo do momento em que a ação toma conta na metade do episódio, os cenários ganham mais textura e cores que referenciam seu precursor. 

Pra não dizer que tudo foi decepcionante, a animação do anime é muito boa (apesar de eu considerá-la também inferior a de FLCL, que conseguia ser bem mais orgânica e natural). 
FLCL Progressive provavelmente vai ter alguns altos e baixos em seu caminho devido aos diferentes diretores de episódio, mas já começou com o pé esquerdo e algumas escolhas erradas. Não tenho muitas expectativas para o que vem pela frente, ao menos, em cenas de ação deve agradar. 

Anyway, Devido à alguns problemas com a distribuidora japonesa, o lançamento das versões legendadas do anime foram adiadas para novembro e sairão junto com a estreia do anime no Japão. Sendo assim, a única versão disponível é a da Adult Swin, que está dublada em inglês. Sendo assim, as análises dos demais episódios serão feitas somente em novembro.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ 

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