Amanchu! Advance #2 e #3 | Análise Semanal

Amanchu é um dos meus favoritos, irei comentar a cada dois episódios, explicando os conceitos de um puro slice of life (SoL) e do seu potencial na vida de cada um. Não deixe de conferir para aprender mais sobre as diferenças entre ser ou não ser um slice of life (SoL).

O Segundo aspecto primordial para qualquer SoL é seu ritmo, como dito nos fundamentos da música “as pausas são mais importantes que as notas, elas deixam a música respirar” é pesando assim que a Pikari não quer acelerar a Teko-chan e o relacionamento com a nova personagem (Kokoro) se deu vagarosamente.

A definição do ritmo é complicada, não se deve ser muito lento e nem deve se deixar acelerar as coisas, ele deve respeitar a ordem natural que geralmente é devagar, a intenção é em não atropelar momentos importantes que não percebemos, como deslumbrar o cenário do fundo do mar tanto quanto os fogos de artifícios.

Admito que muitos se incomodam com o ritmo aplicado, mas devemos nos perguntar “De que serve a pressa para um viajante sem destino? ” Acelerar um SoL irá destruir sua essência e simplicidade, além de encurtar suas “pausas” tão importantes para fixar seu drama e felicidade.

O ritmo também serve para um aspecto raro: “dar espaço para os personagens serem eles mesmo” em nenhum instante um personagem foi forçado a fazer algo, em momento algum a Pikari forçou a amizade, ela simplesmente fazia companhia a Kokoro respeitando as particularidades do outro. Animes de comédia disfarçados de SoL normalmente optam pelo caminho de mostrar o quanto é divertido estar em grupo e esquecem de valorizar o espaço de cada um.

A direção também nunca se esqueceu da pitada de drama, isso se deve ao fato de que nós entendermos melhor por contraste e é a base de qualquer história, mas diferente dos pseudos-sols nunca se foca na problemática (drama), deve-se ser sutil quanto ao tempo gasto e a situação criada. Em Amanchu Teko quer ser uma mergulhadora (Prima?), mas o caminho até lá será mais interessante e o final será triste ou agridoce.

E na realidade, saber que será finito é o que valoriza o ritmo lento, ao contrário da maioria, por isso há dentro delas preocupações se realmente está chegando no fim, Teko-chan preocupada com a nova amiga, a mamãe polvo e seus ovinhos, mas a única certeza que temos para cada final ou passo é que sempre existe um recomeço, portanto sempre teremos novos ovinhos.

E o caminho as vezes é longo até o final, assim no episódio 3 vimos uma grande evolução da Teko mergulhando e usando os equipamentos “sozinha”, ela teve medo, ela enfrentou seu medo para descobrir coisas novas, o ritmo é isto estar pronto para enfrentar seus temores sozinho e ter coragem para abrir novos horizontes, e não há problema em falhar como o visto na primeira temporada só significa que está rápido.

Em geral, estes dois episódios apresentaram os mesmos conceitos para situações diferente, sempre lembrando das suas raízes Iyashikei e do “mono no ware”, que são simplesmente respectivamente “se curar” e “vislumbrar as coisas” de modo simples todos já sabemos destes conceitos faltava apenas o nome.

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Extra:
Em Amanchu existe grande preocupação com os detalhes então nem as roupas são esquecidas, é cada uma mais adequada que a outra ao momento: