Sangatsu no Lion 2 (2017) | Review

Sinopse

A história acompanha a vida de um solitário jogador profissional de shouji, e sua relação com suas vizinhas, três irmãs que dão a ele a sensação de ambiente familiar que ele nunca teve com os pais adotivos. Apesar da independência financeira graças a sua carreia no Shouji, ele tem problemas pessoais que não consegue resolver com sua família adotiva, a frustração com sua carreira profissional estagnando, e problemas de comunicação com seus colegas do colégio. A segunda temporada continua o desenvolvimento do protagonista, suas virtudes e seu melhor relacionamento com suas vizinhas e novos colegas.
Análise
A segunda temporada, ou simplesmente segundo cour, de Sangatsu no Lion obteve um exito muito mais em sua execução geral tornando-se uma belíssima e preponderante arte, mesmo se em comparação à primeira temporada, que percorreu de maneira bem mais lenta em que víamos um protagonista muito depressivo, incerto, cabisbaixo e pessimista – a segunda parte se supera e muito trabalhando no salto dos desenvolvimentos de personagens.
 
Como decorrência de todos eventos e experiências passados, a segunda temporada entrega um novo ano do protagonista que busca, e conquista, muito mais espaço social de modo que aprende a lidar e se aproximar melhor das pessoas. Seus sorriso já não é tão economizado e agora é possível vê-lo mais descontraído com os outros em sua volta. A representação do crescimento de Kiriyama Rei como personagem durante toda essa nova segunda etapa é clara em seu notório crescimento. Além de parar de ser tão depressivo com sua melancolia melodramática bem característica da primeira temporada, agora o garoto trabalha seus objetivos do curto ao longo prazo: desde vitórias nos torneios, rankeamento ou a vontade de proteger uma certa personagem a todo custo.
Enquanto a outra acaba sofrendo com um pacing prematuro e bem monótono (principalmente na sua segunda parte) em relação ao desenvolvimento de personagens secundários, como fora o caso de Shimada, é visto um esplendido crescimento conceitual e rítmico de situações bem feitas aprofundadas nessa segunda temporada. Os primeiros dez-doze episódios são marcados pelo incrível arco de Hinata com seus problemas do bullying escolar; neste momento, além de passar uma mensagem séria sobre problemas reais que de fato acontecem por todo o globo, o anime se supera com um timing de tensão com suspense e quase um terror ambulante para apavorar os sentimentos daquela turma problemática e sua fraca professora que desvaira psicologicamente. Se a magnitude desse arco já não fosse o bastante, com várias e várias cenas de impacto visual e emocional juntamente dos belos atos de Hina em amadurecer e tomar atitude, receber uma construção alavancada como personagem, os episódios restantes para trás. 

O encontro de Rei com o “deus do Shogi” simbolizou em muito a aura desses viciados jogadores que possuem concentração e determinação absurda em dedicar-se literalmente somente ao shogi durante a vida; o mini-confronto em que Saki-chan defende seu título de Meijin simplesmente estabelece momentos extraordinários em tamanho caráter visual que foi passado. Os pesos em suas costas simbolizados por todas aquelas faixas, que tampavam o caminho em sua frente pelos problemas de velhice e de uma árvore prestes a cercar, em volta de tantas outras jovens com flores e frutos desbrochando, era só um exemplo entre tantas metáforas sóbrias e sensatas exercidas neste momento. Atsuki Shinbou conseguiu atingir o ápice de uma direção bem feita em todos esses meticulosos momentos que foram grandiosos individualmente como bem analisei semanalmente.

Dito isto sobre os diversos arcos e andamentos feitos durante estes novos 22 episódios, vários personagens receberam um incrível e justíssimo aprofundamento e background – o bastantes para serem protagonistas de suas próprias histórias. É quase impensável que estes no geral são apenas personagens secundários. A narrativa concedeu uma brilhante execução em primeiro desenvolver o protagonista com seu claro ânimo e sagacidade presente nessa segunda fase, para depois então mergulhar de cabeça na exploração de todo o elenco em torno de Kiriyama. Após o estabelecimento de um protagonista mais equilibrado e consistente, a narrativa proporcionou brilhantes construções, e isso incluiu até mesmo a primeira faísca do romance existente em toda essa história após várias reflexões e a percepção de Rei que Hinata o ajudou e agora ele deve protegê-la totalmente. Até o avô da família Kawamoto recebeu seu merecido espaço, sendo um velho batalhador que dá 200% de si para a estabilidade das garotas.

A direção visual (e direção geral) transcendeu os significados visuais de simbologias e do próprio psicológico dos personagens em uma construção sóbria e consolidada de tudo que os desenvolvimentos e virtudes deveriam significar; suas cores traduziam sentimentos e serviam como pontos referências dos sentimentos e espírito de cada persona; os cenários do anime são incríveis e passam sentimentos distintos em um quase ultra-realismo. O mais marcante em toda essa segunda temporada foram os clímaces incessantes que juntaram uma direção artística fantástica, animação momentâneas muito fluídas, com uma trilha sonora incrível que intensificou todos os momentos com os arranjos de piano – e outros instrumentos – que passaram sensações que foram desde amargura até serenidade dos personas envolvidos. É incrivelmente raro ser gratificado com tamanha beleza contextual, visual e simbólica em uma animação de televisão dos dias atuais. Sangatsu no Lion 2 fez arte com os conceitos advindos do mangá, tornando-se um show esplêndido.
A resultante de todo esse desenvolvimento fabuloso veio em um final mais calmo, alegre e quase motivacional com uma nova primavera – igualmente como foi no final da primeira temporada: um novo início, uma nova vida. A simbologia é funcional praticamente à todos personagens desenvolvidos durante a trama, e a série não poderia acabar em calmaria reconfortante melhor. O “ato especial” do início do episódio final da segunda temporada ainda veio com um impacto intensivo final para relembrar o quão bondoso o protagonista, que positivamente já não estava como focos nos últimos arcos, é como pessoa e o quanto ele cresceu e amadureceu do próprio jeito. Apesar de uma infância difícil e sofrida, Kiriyama sempre foi agarrado àquilo que queria aprender – e após esses desenvolvimentos todos ele tornou-se uma pessoa ainda mais gentil. É esta a mensagem final que o anime quis passar – relembrar, na verdade – em seu último episódio. Kiriyama Rei é um ponto fora da curva da gentiliza. É por isso e muito mais que agora Sangatsu no Lion é sem dúvidas um dos meus animes favoritos.
Sangatsu no Lion 2 é uma sequência excelente e muito superior à primeira temporada em todos sentidos. Não fica só claramente perceptível um desenvolvimento do protagonista, mas bem como de vários outros personagens – próximos ou não dele – que tiveram suas próprias histórias, dramas e receios muito bem contados e protagonizados. Visualmente espetacular, a série é memorável pela sua particularidade artística e pelo seu enredo bem construído em cima de um contraste entre o drama melancólico e a pacificidade.