Sora Yori mo Tooi Basho #8 | Análise Semanal



O episódio 8 de Sora yori mo Tooi Basho nos brinda com uma intensa atmosfera de aventura através dos trechos no navio, além de também conter cenas de grupo muito interessantes e com um maior fortalecimento das motivações e sinergia entre as personagens. Foi um episódio necessário e muito bem executado, como de praxe para o anime, que vem progredindo consistentemente com episódios de muita qualidade. 
Praticamente todos os aspectos técnicos de produção aqui se sobressaíram e estiveram acima da média de qualidade dos episódios anteriores, o que por si só é de tirar o chapéu, pois o medíocre de Sora Yori já está acima do mediano da indústria por si só. O movimento, as cores, o character design, a computação gráfica, a iluminação e os efeitos aquáticos (das cenas finais do navio atravessando o mar revolto) foram muito bem feitos e conduzidos pela direção. As soundtracks também merecem atenção, tanto a orquestral quanto a cantada, pelos dois  momentos em que aparecem: no início e no fim do episódio. Elas ajudaram a engrandecer as cenas, firmando e intensificando as emoções que já estavam sendo passadas através dos diálogos e do imagético, ou seja, cumpriram muito bem seus papéis.

O episódio foi permeado por uma veemente atmosfera aventuresca e de resoluções de pequenos mas importantes conflitos para a trama e para as temáticas da obra (motivação, sonhos e amizade). Foi colocado em pauta a preparação física das garotas para as condições hostis da Antártica, também foi colocada em pauta a reafirmação da motivação das garotas para com essa expedição, do porquê delas estarem ali, passando por tantos momentos inconvenientes — o que as move?. Todas essas questões foram bem trabalhadas, demonstradas e desenvolvidas através de vários momentos, como o da corrida de Mari, do treinamento com os pesos, da travessia do navio em meio ao mar gélido e revolto, os das partes iniciais do enjoo (seasickness) e claro, o da cena final, quando elas estão se aproximando de pequenos icebergs e consequentemente da Antártica — por sinal, um momento muito bonito, significante e memorável. O storytelling funcionou quase que perfeitamente aqui, desde a apresentação desses contratempos e obstáculos da viagem até as suas resoluções, utilizando-se primariamente do humor como um recurso narrativo. No entanto, apesar de ter tido muito pontos positivos, há um ponto negativo nisso tudo que precisa ser mencionado: as partes relacionadas ao enjoo, apesar do conflito não ser necessariamente ruim, acabaram por ficar longas e repetitivas demais, além de perderem a graça muito rapidamente, definitivamente subtraíram da qualidade do episódio. 
O trabalho com os personagens foi simples mas foi suficientemente bom. A sinergia e a motivação do grupo foram mais uma vez reforçadas e enfocadas pelo enredo, com um engrandecimento do coletivo sem se esquecer das individualidades de cada uma das garotas (principalmente nas cenas da “reportagem”). Nas cenas de grupo cada uma delas reage de formas distintas aos acontecimentos, demonstrando além dessa distinção, fragmentos de seus passados e outras facetas de suas personas, o que é sempre positivo e um sinal de proficiência de um escritor(a). 

Sora Yori até então construiu uma belíssima jornada, com ótimos momentos de drama, tensão e alegria, e, esperemos que se mantenha assim — sólido e bem feito, até a sua conclusão. Aliás, alguém além de mim está sentindo que algum acontecimento trágico ou extremamente dramático está a espreita?

Avaliação: ★ ★ ★  ★ (++)

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