Mahoutsukai no Yome #20 | Análise Semanal


O confronto de Chise com o dragão enfurecido ocasionou ao episódio a revelação nova maldição que garota está carregando consigo, com ainda menos tempo de vida.

Se não fosse pela coragem e audácia da protagonista, seria muito fácil dizer que nada disso teria acontecido. Mas Chise mudou, e de uma garota que não tinha motivos aparentes para viver – ou mesmo sobreviver – sua evolução como pessoa e personagem tornou a Slay Vega uma apta jovem com vontades intrínsecas de ajudar todos que que estiverem por perto dela. Por mais genérico que isso possa soar. Não seria diferente com um jovem dragão que foi aprisionado e praticamente abusado de magia obscura e de maldosas correntes. 

É interessante a forma “nada pessimista” como Chise encara sua nova situação. Ela diz já possuía duas maldições: a primeira por ser uma Slay Vega, participar desse seleto grupo de humanos não tão humanos assim que conseguem ver criaturas do outro mundo; a segunda envolve sua mãe e suas “visões do passado” que a atormentam – ou pelo menos a atormentavam – em quase todas suas noites de sonho. O braço em forma de escama de dragão que a protagonista recebeu acaba fazendo um ponto crítico para sua saúde, uma vez que seus dias estão de fato contados agora. Chise não tem mais de três meses de vida se nada for feito. E não é como se fossem conseguir tirar uma maldição de dragão quase nunca antes vista ou testada. A garota está em um estado que talvez a ficha ainda não tenha caído, tudo que ela pode fazer é debochar do fato de que agora que ela começou a sentir vontade de viver que uma maldição acabará com sua vida.
A participação do resto do elenco também contribuiu para o momento. Chise foi repreendia por Angelica por mais uma vez tentar resolver tudo sozinha – embora, na verdade, ela tenha ido resolver o problema de tirar energia maligna do dragão junto de Elias, que fora derrubado -, e o próprio mago ficou bem ressentido por sentir tamanha culpa e incompetência em saber como resolveu a maldição agora.
A direção do episódio, ainda inconsistente no geral, deu uma acelerada em boa parte do segundo ato do episódio, não mostrando tanto a fúria emocional de Elias pelo ocorrido, fato que o fez ter um mini-isolamento, e nem mostrou direito a chegada daquela estranha mulher no final. A bruxa vai tentar salvar Chise com a seita das bruxas, e Ainsworth não tem mais porque reclamar; o mago ancião aceitou finalmente o fato de que a saúde da ruiva vem em primeiro lugar. Talvez só agora a ficha tenha caído para ele que não será mais possível brincar de casinha com a Slay Vega se ela morrer.
Se por um lado a produção e direção do anime mostraram mais da sua decadência, o episódio não foi um dos piores como os mais recentes – com exceção do anterior. Um ponto notório do capítulo foi o desarranjo da trilha sonora que foi eficaz justamente em trazer uma tensão suspense-dramática para toda a situação, desde a fuga do dragão de Londres até o monólogo de Chise pela neve mais ao final do episódio. O desajeito das partituras de forma áspera e rasgante contribuíram bastante para a sensação que a obra queria passar no momento – embora uma trilha sonora não faça milagres sozinha. O esforço ao menos é reconhecível neste momento.

Avaliação: ★ ★  ★ ★ (++)

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