Kino no Tabi (2017) | Review

Sobre

Kino e sua moto Hermes viajam por diversos países e passam por situações que deveriam cativar o debate, a crítica, o olhar mais atento nesta sociedade, se abdicando de criar laços com qualquer terra Kino permanece somente por 3 dias em cada país, seu olhar de estrangeiro sobre as culturas, as diferenças é mais do que somente a reação de alguém, nele se desperta a curiosidade, a intriga, a crítica.

Análise
Kino no Tabi é um anime de Outubro de 2017 pelo estúdio Lerche que readapta algumas histórias da sua versão alternativa de 2003. Contudo, não existe a necessidade de comparar estas versões já que elas têm públicos alvos diferentes, são de épocas separadas, usam de técnicas de animação diferentes e têm diretores com diferentes objetivos. Também não existem motivos plausíveis para comparar o design com o intuito de mostrar superioridade de qualquer um deles, logo está análise se dedica ao conteúdo da versão nova.

Uma das grandes e aclamadas promessas nesta adaptação era sua fidelidade em visual e história ao material original (Light Novel), e realmente foi 100% fiel, mas isto implicou em vários problemas, já que estamos diante de dois formatos de mídia com diferentes vantagens e desvantagens. O maior problema nisto é que se tratando em ritmo o vídeo é fixo e o texto é flexível a sua velocidade de leitura, também não existe a técnica “don’t tell me, show me” em uma LN, mas você precisa aplicar isto num anime, caso contrário ele se torna tedioso.

Por isto, mesmo sendo “100% fiel”, ainda existem decisões a serem tomadas em uma adaptação, coisas que a LN não precisava resolver agora se fazem necessárias como decidir o que deve compor tal cena, expressões faciais, trilha sonora, clímax e timing ou ritmo. E tomado por um diretor que somente tem experiência em ação, ele não pode fazer nada mais do que valorizar as cenas de ação em detrimento da filosofia e mensagens em cada episódio. Somando isto ao fato de que “ação” em Kino no Tabi não é necessária para sua mensagem, grande parte da sua essência não conseguiu chegar a nós.

Um belo exemplo disto é nas batalhas durante o coliseu, onde a própria ação toma mais tempo do que a importante conversa entre Kino e Shizu, tornando a mensagem que já não é fácil de se entender ainda mais complicada de ser percebida. E para piorar, o anime se ampara de mais nas falas, chegando ao ponto de que em vez de animar uma cena, a Kino simplesmente a recita.

Isto acontece no episódio 9 chamado Don’t Look Back ou Não Olhe Para Trás

E apesar desta obra ser episódica, o “país gentil” se conecta com o background da Kino, mas decidiram que este passado da Kino era descartável para se ter empatia ou entender o que se passava com a Sakura, isto provavelmente indica falta de cuidado com os detalhes, decisões tomadas as pressas sem pensar muito sobre a interpretação. Este não é o único exemplo de que não tiverem cuidado com os detalhes, talvez porque o público alvo só quisesse ver a Kino atropelando ovelhas ou fazendo piadas do Frago K(ino)FC.

Sobre isto não há dúvida, na verdade boa parte das histórias foram decididas por uma votação online com os “fãs” ou casuais onlines, e esta é mais uma decisão que custou caro, pois tivemos histórias que nem puderam se desenvolver, tinha epílogo, mas não tinha conclusão com o que o se pensava sobre aquele assunto, era necessário fala “sua opinião” igual a todas as outras obras similares.

Mas o que realmente importava em Kino? Aparamente a “ação”, nada mais, nenhuma lógica ou opinião parecia ser o foco, chegando ao ponto da comédia ser a mais focada, isto só demonstra que a equipe talvez não gostasse do anime (acontece bastante) ou não era boa, e para piorar não existe a preocupação em deixar o telespectador entender o que se passa, com ritmos apressados, com cenas engadas sobre o seu real significado, ou preocupação exacerbada em pontos desnecessários.

Avaliações:

Direção: A direção não teve culpa, quem a escolheu já tinha tomado os riscos, logo o resultado era previsto. O diretor não seria capaz de lidar com a série, por isso o anime é do tipo que não sabe o que está falando, acontecendo com ele e se perdendo na sua própria história. Nota 3/10

Roteiro: O trabalho de explicar tudo foi canalizado por textos, decisão que considero preguiçosa, e tiraram muito da essência ou simplesmente não viram a necessidade continuar com as manias do material original. Em geral até é um trabalho aceitável para um anime mediano, mas no caso de Kino se torna agravado pela quantidade de informação a ser passada logo. Nota 2.5/10

Produção Visual: Sendo uma animação mais nova com CG mediano, não dá para dizer que foi algo “bom”, existem animes mais simples na mesma temporada dando o mesmo resultado aqui – logo é mediano. nota 5/10.

Soundtrack: Praticamente inexistente no anime com exceção da abertura e encerramento. Nota 3/10

Entretenimento: Foi neste ponto que Kino queria brilhar, talvez, e não conseguiu, pois ele não é de comédia, nem de ação e nem de psicológico. Por isso. não existe algo dedicado ao nosso entretenimento, são apenas aglomerados de tentativas tentando ser algo. Nota 3/10
Conclusão:
Em resumo Kino no Tabi é uma obra que deveria ser para debater igual ao seu similar, mas que optou por dedicar-se a outros aspectos inúteis ao seu conceito original, perdendo assim toda a sua singularidade e tornando-se um anime qualquer com uma garota chamada Kino que passeia por diversos países. Nota Final: 3.5/10