Um episódio tão recheado de informações, twits emocionais e desfechos climáticos à altura do que essa obra veio fazendo até agora não era esperado; são muitas questões a se levantar neste momento.
Começando pelo encontro de Willerm e o velho que fazia parte de seu grupo de 500 anos atrás, é extremamente curioso e hodierno que a forma como é retratada o convívio e os diálogos na personalidade dos dois. Souwong mesmo sendo um idoso trata o protagonista de maneira mais informal e bobalhona o possível. Aquela visão do velho sábio intocável e imponente em que poucos contestam fica para trás no momento que Willerm começa a relembrar seu passado. Junto a muitas outras informações. a morte da Emissa – provável amada do zelador – é constantemente tocada sutilmente com as expressões faciais e a ajuda na direção visual que rodeia o protagonista.
Chtholly em outra vida era fofa.
A construção do mundo atual é revelada juntamente com aquela caveira bizarra que fora o vilão que fizeram tanto esforço de derrotar no passado. Esta criatura emana poder o suficiente para terem a capturado para usá-la pelo bem do mundo de maneira inteligente, ainda que não seja um individuo muito confiável que aparenta estar sobre constante observação e controle. O metódico sistema de ilhas e o porquê dos humanos serem mal vistos também se encaixa muito bem com essa oratória, mas o que mais acaba chocando é a a criação das lolis e o seu tempo de vida útil curtíssimo.
Souwong já oferece um plano ofensivo para retomar a superfície o que já fora um dia, mas Willerm está nitidamente com um pé atrás. Sabendo de que o velho e sua organização que mantém o controle de todas as elfas que são armas em massa, forma de ressurreição mágica de almas que já possuíram vidas passadas, o protagonista mais do que nunca exita em querer que essa forma de poder bélico continue mesmo que para o bem maior no futuro do mundo – já que é inviável ficarem para sempre vivendo em cima de ilhas flutuantes, ainda mais pelas ameaças que estão a surgir.
Willerm sofre agora do contato, da experiência casual que o perturba como jamais acontecera. Começou a conviver ao lado de armas em forma de garotas, que não possuem sentimentos do que refere-se a própria vida, nem sequer sabem que já tiveram vidas passadas. O protagonista da obra agora está em uma grande contradição entre essas ressurreições em formas de lolis e fazer um bem geral em nome dos seres vivos. O que acaba pesando de fato em sua decisão é justamente Chtholly e sua constante comparação com a garota que não pode proteger no seu passado – Emissa provavelmente.
Chtholly é a exceção à regra em meio a todas essas garotas superficiais. Ela recebeu o carinho incondicional, mesmo que em um período estranho de tempo que o anime demonstrou, por Willerm de forma tal que aprendeu a valorizar a própria vida como já foi comentado nas análises anteriores. O que surpreende agora é que mesmo com a sua “validade” passando dos limites a garota batalha consigo mesma para persistir na vida e a ficar ao lado de seu amo. Todas aquelas visões e falas que apareciam para a garota dos cabelos azuis nada mais eram do que sua forma de vida anterior, as lembranças do que já viveu no seu verdadeiro corpo.
O encontro psicológico entre as duas figuras proporcionou várias experiências e significados visuais explícitos e implícitos, mas no geral o que destaca-se é o fato dela ter superado a barreira de que uma garota-arma conseguiria normalmente, dando literalmente tudo de si pelo bem da sua vida. Como bem observado por outra personagem, ela venceu um obstáculo mesmo despreocupada de quais serão as consequências. O final do episódio é tocante por Willerm finalmente compreendeu como a garota se sente, ele até agora havia a deixado iludida com seus sentimentos, sem perceber como Chtholly vinha sofrendo em uma imensidão de medo e solidão.
Será que as personalidades de ambas figuras de Chtholly serão misturadas? Acredito que algo nesse sentido possa vir a ocorrer.
Em meio a boas cenas de luta para flashback, ótimos recursos visuais e de direção o episódio 06 de Suka Suka se mostra o mais completo até agora, ainda que com estranhas transições de cena entre os diálogos de Willerm e o velho, e as reflexões de Chtholly.
Avaliação:★ ★ ★ ★ ★ (+) Extra
O jovem aprendiz da época de Willerm que se tornou um dos “grandiosos magos” deste tempo conseguiu uma boa maneira de se tornar imortal (ou quase isso).
