Sakurada Reset #4 | Análise Semanal

Episódio bem estranho, principalmente no que diz ao seu senso de continuidade, com muitos cortes, foco em determinados fatos e muitos deles sendo fechados.



Começando com a conclusão quanto a Minami, no qual, descobrimos que ela foi morta pelo Hitsushi. O interessante desse ponto é a forma como tudo isso foi tratado, a habilidade da Misora em conjunto com o Kei vem transparecendo na obra que todos os acontecimentos são irrelevantes mediantes a eles, de forma que toda a carga dramática na obra é descartável e a direção acaba abraçando essa ideia. Visando focar em como os personagens parecem inatingíveis por esses acontecimentos, evidenciando ainda mais a apatia que os rodeia, fazendo de uma morte um simples acontecimento sem valor.Tanto que o próprio Hitsushi faz uma reflexão em cima desse ponto, o que deixa claro que isso é de propósito, mas a pergunta que ficar no ar é o porque esses personagens são dessa forma. 


Também tivemos a conclusão de muitos pontos que ficaram em aberto no episódio anterior, desde a mão que atravessava as paredes, quem era Minami e o porque ela estava daquela forma, o que Tsushima estava tramando,etc. Apesar da obra fazer uso dessa “viagem no tempo” para desenvolver sou roteiro, ela não chega a esquecer das lacunas que abriu, tanto que os diálogos desse episódio tiveram como foco principal as explicações e não desenvolvimento de personagens. O ponto negativo disso é que a maioria desses pontos “passam por debaixo do radar” e o espectador em geral pode acabar não ligando os pontos, já que a direção é muito morta e não faz uso de nenhum recurso visual para evidenciar que aquele dialogo conclui algo.


No entanto, a conclusão da Murase foi o que houve de mais relevante no episódio, isso porque a construção que a obra deu para esse personagem evidenciou muitos pontos positivos, o roteiro sabe construir dramas e usar conceitos do mundo(que ainda não foram tão bem explorados) para servir de gatilho para algum conflito, de algum personagem, apresentando o mundo e trabalhando os personagens ao mesmo tempo. Mas novamente, a obra não sabe evidenciar tão bem o conteúdo dos diálogos, o que pode fazer com que muita gente deixe passar reflexões importantes sobre esses conceitos de “world building”. Quanto ao drama da Murase, o animê fez questão de deixar o mais claro possível qual era a moral em torno daquela situação, de “mais vale pequenas ações que constroem gradativamente algo, do que uma revolução que visa impacto imediato”, além da ideia de que “os fins não justificam os meios”. Demonstrando que a Murase não estava preparada para agir da forma que falava e que não era necessário que o “escritório” intervisse de forma direta na situação, visando mostrar o quão imatura era a sua mentalidade diante dessa situação. 


Vale pautar a excelente escolha da direção de som em não colocar OST na hora que o Kei morreu,já que isso exaltou o impacto de situação e a forma como o episódio progrediu, em que foi tudo exposto de forma nua e crua, sem foco em carga dramática. Assim como o primeiro embate com a Murase, que o forçou a resetar, que naquele momento, teve uma contextualização bem vazia, sendo algo realmente sem sentido, que só depois da explicação a cena fez algum sentido e que também exaltou esse ponto de um episódio com um impacto audiovisual escasso e o mais cru possível. Para os próximos episódios fica a dúvida sobre qual é a situação social daquela cidade em que todo mundo é muito apático e se isso tem alguma relação com as habilidades especiais.

Avaliação Episódio 4: ★ ★ ★  

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