En En no Shouboutai: Um Shounen Sci-Fi de Chamas do Mesmo Autor de Soul Eater

En En no Shouboutai é a mais recente obra de Atsushi Ohkubo, autor muito conhecido pela obra Soul Eater. Lançado semanalmente pela Shounen Magazine, vou comentar um pouco sobre o mangá (sem muitos spoilers comprometedores) que é diferente em sua proposta mas ainda assim não foge de clichês estereotipados e previsíveis.
O mangá se passa em um futuro em que o maior problema da humanidade é a combustão humana (quando o corpo humano começa a queimar de “dentro para fora” ao ponto de virar cinzas). Sem motivo explicado as chamas irromperam o mundo, distorcendo o espaço e a forma dos continentes, e o único lugar do planeta em que as pessoas podem viver de forma decente é o Império em que a história se passa. Esses fenômenos de combustão ainda são recorrentes a ponto de várias brigadas de bombeiros serem criadas para cuidar dos casos que acontecem nas regiões em que tomam conta; Cada batalhão tem uma especialidade diferente e integram 8 no total, do mais fraco ao mais forte. O protagonista é um novato que chega na cidade do oitavo batalhão e a partir daí começa a resolver casos enquanto tenta buscar informações do seu misterioso passado que ocasionou uma catástrofe. 

Existem três gerações de humanos que ganharam habilidades de comportar-se com as chamas. O protagonista Shira é da 3º geração (a mais fraca) e tem a habilidade de controlá-las, visto que pessoas de outras gerações podem desde controlar/criar as chamas até manipulá-las de outras formas. Vale dizer que quando a brigada vai derrotar um humano em combustão, levam uma freira junto para que reze por sua alma, a fim de não ter nenhum perigo maior para a pessoa que virou um “monstro de chamas”.
 

Diferente de outas histórias em que um arco é prologando até não dar mais, En En no Shouboutai exibe arcos relativamente rápidos. Muito do desenvolvimento da história que indaguei que demoraria para acontecer veio de maneira súbita, como por exemplo, a apresentação de todos os outros batalhões que ocorreu em menos de 50 capítulos.

O protagonista não é muito diferente de outros; Sua habilidade tem um caráter pessoal, pois só ele consegue administrá-la da maneira que faz (ele “ativa” as chamas em seus pé, assim podendo dar chutes muito mais fortes, ficar mais rápido e até dar grandes saltos), o que surpreende a todos. Mas também é mais um esteriótipo de protagonista herói para agradar o público infanto-juvenil, cujo se faz por meio de um personagem “caretão” e afrontador. Os outros personagens são bem peculiares no geral e demonstram várias tipos de características diferentes.

Como por exemplo a heroína que é o foco do fanservice mínimo do mangá; Uma personagem que serve para esse tipo de cena ocorrer:
A oitava brigada está sempre desconfiando das outras, apontando que um poder maior está envolvido com essas combustões, supostamente criadas de maneira artificial. Alguns acontecimentos ao decorrer do mangá são bem previsíveis e lançados logo de cara sem nenhum suspense, o que não agrada já que fica na cara o que virá a seguir e como tudo vai acontecer, várias partes acabam se tornando previsíveis demais.

Agora, finalmente sobre a arte do mangá: Ohkubo faz os desenhos com muito esmero. Os designs de personagens são muito bem feitos e característicos, e uma dos principais atributos são os diferentes olhos apresentados ao decorrer do mangá. O trabalho de fazer impacto em quadros também é muito eficaz, o autor sabe mesmo causar impressão em determinadas páginas causando alguma onipotência muito bem à risca de seus desenhos.

Nota também para os background muito bem feitos e com vários desenhos abstratos, e a arte CG muito bem feita no geral. Para um mangá semanal, é de dar inveja.

Parte abstrata em que me referi, vindo de um dos capítulos mais atuais:

Talvez a maior falha da obra seja seus vilões. Não os indivíduos propriamente dito, mas sim o seu ego e convicção. Sinto uma carência no sentido e na vontade de realmente querer tudo aquilo; Seus fundamentos são quase supérfluos e não impactam tanto levando em consideração algumas ideias e eventos. Mas como já disse antes, na parte do design todos personagens são peculiares.

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Para concluir: En En no Shouboutai é um shounen diferente do habitual em sua proposta, mas como qualquer outra obra têm seus defeitos aqui e ali (neste caso, aponto principalmente os clichês: Cenas fácies de prever pelo seu óbvio). A arte com certeza é um das suas características mais benéficas, como também a variação de personagens de bom cunho que vão aparecendo ao decorrer da série (não que isso agrade a todos…); É um entretenimento que vale a pena dar uma olhada com suas humildes 20 páginas – em média – por semana.


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