Análise Semanal: Shuumatsu no Izetta- #01, #02 e #03

 Antes de irmos para a análise da estória da obra, vamos dar uma olhada na staff e no estúdio do anime, para termos uma base de como alguns pontos podem ser desenvolvidos durante a obra.

Estúdio                                        

 Shuumatsu no Izetta é uma obra original que está sendo produzida pelo estúdio Ajia-Do. Apesar do estúdio ser um tanto quanto desconhecido e não ter nenhuma obra de renome, o estúdio vem fazendo um bom trabalho.  A animação se mantém constante e tem seus picos de qualidade. Isso fica muito visível em alguns backgrounds e cenas em que o nível de detalhamento muito elevado, um grande exemplo disso são as florestas.
Ainda assim, a obra apresenta alguns fundos estáticos, alguns deles apenas revendo se percebe, mas considerando o “acabamento visual”, não chega a ser um ponto negativo, exceto no caso de personagens. Outro ponto positivo da animação é a sua verossimilhança nas construções,transportes e roupas da época trabalhada, isso facilita a imersão do espectador na obra e agrega visualmente a obra.
Character Design e Direção

 Já aviso de antemão que no quesito Character Design eu sou completamente imparcial. O Yamashita Yuu é muito bom e os design dos seus personagens são lindos e ele trouxe muito do seu trabalho em Sword Art Online 2 para Izetta. No quesito de direção, Masaya Fujimori vem trabalhando bem. A divisão dos acontecimentos, a forma como eles são evidenciados, a construção dos diálogos, a contextualização do universo, em todos esses âmbitos a obra se mostra bem e é claro créditos ao Yoshino Hiroyuki pelo excelente script . As construções de cena são ótimas, tem um apelo visual incrível e corroboram muito bem com a OSTs.

Trilha sonora

 Nesse âmbito a obra é muito bem trabalhada, o Diretor de Som Nagasaki Yukio se saiu muito bem na sonoplastia em geral, os sons são realistas e agregam as cenas de alguma forma.  A surpresa se da nas OSTs da obra, que ficaram por conta da Michiru, no qual, é o seu primeiro trabalho nesse quesito. Para alguém que não tem experiência nenhuma na área, vem fazendo o seu papel muito bem na composição sonora e com um diretor de som tão experiente como o Yukio, vem evidenciando a trilha sonora como um dos pontos altos da obra.

Obs: que trilha sonora cantado linda a do final do 1º episódio.
Obs²: O Nagasaki Yukio foi Diretor de Som de animes como Gate, Dragon Ball Kai, Beck, Orange, Etc.

  Agora vamos para a análise propriamente dita dos episódios:

 Nesse episódio fomos apresentados ao universo do anime, sendo ele uma mistura de fatos históricos e ficção. A cena no trem evidenciou bem a preocupação do roteiro com conceitos táticos de diplomacia, os diálogos deram um tom mais pesado para o confronto, que corroborou com algumas cenas. Isso foi bem ressaltado quando o major citou o fato do país ser neutro quanto a guerra.

 Ficou bem nítido a forte personalidade da protagonista, a princesa Finé. A maturidade que ela apresenta em meio as tentativas de diplomacia é digna de tal, com forte argumentação e ações altruístas. A maneira que tentou negociar uma ajuda vinda dos “aliados” mostrou isso e mesmo após ser capturada, ainda manteve a sua mentalidade.

 O final do episódio foi um show, quando recebemos a informação de que aquela bruxa havia destruído um batalhão sozinha, trouxe um preconceito sobre a mesma. A forma que ela é inserida no enredo e a os pequenos flashbacks deram mais humanidade ao personagem. E toda a construção de cena deixaram-na ainda mais épica. E no final a Bruxa consegue salvar a Finé, após a gigantesca queda do avião.

 No segundo episódio, após Izetta salvar a princesa, elas são atacadas por jatos do Império Germânico. Nota para construção da cena, toda a coreografia das naves e da Izetta foi muito bem trabalhada . Além disso, a reação dos soldados foi muito orgânica, a pertubação pelo que eles estavam sentindo foi clara, essa forma de tratar a situação respeita o espectador no sentido de algo destoante estar sendo mostrado na tela, “como uma bruxa em uma batalha contra jatos”.

 A forma que mostraram as consequências da guerra trouxe uma carga dramática a mais para o episódio, de forma que os feridos eram tratados de acordo com a mentalidade da Finé, sendo perceptível que é algo que existe e prospera por toda a população do país e não é algo especifico dela. E aparentemente a Izetta guarda rancor contra os Germânicos,e isso pode ser a base para explicar a relação dela com a princesa.

 Além disso, temos um maior foco em desenvolver a Izetta e a sua relação com a princesa, contando mais dessa relação por meio de flashbacks e diálogos dela com o médico. A personalidade dela é um grande contraponto do corriqueiro conceito aplicado na contextualização de bruxas, trazendo uma visão alternativa do que pode ser uma bruxa. O altruísmo é algo presente tanto na Finé, quanto na Izetta, dependendo da forma que for trabalhado pode render muitos conflitos no decorrer da obra. A decisão de participar da batalha pela Izetta só denota essa qualidade.

Obs: Houve uma queda absurda na animação, a cena na capital do país ilustra isso muito bem

 No terceiro episódio temos a apresentação de uma batalha, com as forças da princesa sendo completamente obliteradas pelo poder de fogo do império germânico. Essa batalha conseguiu ilustrar muito bem o que seria uma guerra, a pertubação dos soldados em meio a batalha, a forma de comunicar, as táticas, as armas, etc. Em âmbito geral o episódio soube criar um ambiente muito verosímil com a realidade da guerra.

Obs: a trilha sonora foi muito bem adequada as cenas de guerra, trouxe um algo a mais as situações e eleva o nível de empatia do espectador pela situação.


 Praticamente no meio do episódio, somos apresentados a um conflito, que era a vontade dos soldados de irem para a batalha. A resposta da Finé a aquela situação foi sensacional, a posição que ela assumiu e o discurso que ela fez, representava toda a sensatez de alguém que esta no comando e ao mesmo tempo, eram palavras que passavam todos os sentimentos que perturbavam ela naquele momento. Apesar da construção de cena ser um tanto simples, a trilha sonora e a construção das falas passaram a carga dramática necessária.


 Outro ponto alto, foi a participação da Izetta na batalha. Eu esperava mais da reação dos personagens vendo um ser voando e jogando lanças no campo de batalha, mas seguindo a ideia de se estar em um campo de batalha e com o seu êxtase no máximo, faz sentido a aceitação dos personagens. A construção de cena da batalha da izetta contra o exercito foi muito boa, tanto na batalha aérea, quanto na terrestre. Os movimentos eram fluídos e dava um senso de movimentação real, a resposta do corpo da personagem a velocidade e as situações que se apresentavam eram palpáveis para o espectador e coerentes com o momento. 



 E por fim o final do episódio, toda a carga dramática foi repassada de forma impecável. O diálogo carregado da Finé com a Izetta, foi simples, mas muito natural e orgânico, sendo coerente com a situação. Finalizando com um coral dos soldados cantando o hino do seu país, alinhando a trilha sonora, o canto dos personagens e a construção da cena de forma impecável. A dublagem dos personagens foi muito bem feita, realçando a verossimilhança da situação e trouxe mais impacto para o espectador.

Obs: A Finé é um excelente exemplo da utopia da monarquia e esse episódio retrata muito bem isso, a critica politico-ideológica é algo constante e muito bem utilizado na obra.

Obs: O contexto em que foi utilizado o código morse foi muito coerente. 

Avaliação Episódio 1: 4.5/5
Avaliação Episódio 2: 3.5/5
Avaliação Episódio 3: 4.0/5

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