Análise Semanal: 3-Gatsu no Lion #01 e #02


Eis aqui o segundo anime que eu irei analisar semanalmente, embora tenha dito anteriormente que só ficaria com Flip Flappers _(ツ)_/


Kiriyama Rei é o personagem central desta obra que traz a nós um sentimento imprescindível e agoniante de querer entender o que se passa – e o que se passou – com este protagonista que leva quase toda a metade do episódio de estreia para soltar alguma palavra.

As primeiras cenas são puro simbolismo de como o protagonista se sente; A animação e background fazem-nos sentir o seu isolamento (causado pelas cores juntamente da luz do sol), bem como a presença da água em que Rei se afoga constantemente, mostrando literalmente a profundidade de suas mágoas, da sua melancolia que não passa. A cena em que Kiriyama percorre a cidade para ir ao metro enquanto a ost se faz presente com uma música francesa é simplesmente fabulosa, com os simbolismos delirantes.

Linda representação do episódio 2
Por outro lado, quando as meninas – Akari, Hinata e Momo – entram em cena, o jovem jogador de Shogi parece ser estimulado completamente para tornar-se alguém mais esperançoso. É impressionante a diferença que as personagens femininas causam, e isso se prossegue no segundo episódio; As três, como o próprio Rei diz, conseguem fazer a cidade ganhar cor, tornam os tons de cinza em que ele avistava antes em um ambiente mais alegre e agradável. Elas resgataram-o de seu terrível passado de que ele ainda não consegue esquecer/superar.

Enquanto o episódio de estreia transcorre mais com simbolismos para sermos apresentados a Rei e suas depressões – além das outras personagens- , o segundo capítulo em geral é mais animado;  Primeiramente devo dizer que foi estranho a finalização daquela cena inicial em alguns minutos, antes mesmo da abertura. Deu uma grande impresão que não coube tudo no roteiro do episódio um então eles simplesmente jogaram ali no início, mesmo que no episódio anterior tivesse soado como algo de mais relevância prestes a acontecer. Agora sobre o episódio em si: O humor é elevado em praticamente todas cenas, o anime fica muito agradável de assistir e mesmo com o peso dramático por parte do protagonista, o roteiro consegue manter o equilíbrio necessário para não deixar a tensão tomar conta o tempo todo. As reflexões do protagonista pela importância que as meninas fazem na sua vida (já mencionado no parágrafo acima) é muito bem elaborado, a direção trabalha de forma excepcional em passar-nos como o personagem principal percebe o mundo ao seu redor.


Alguns lances de flashback também foram jogados mostrando que Akari, no passado, encontrou o solitário menino na rua e que a partir disso começou a cuidá-lo. Um possível desastre ocorreu com seus pais, uma vez que ele revela que seu pai está morto. Cenas depois, algumas imagens de um possível acidente piscam por segundos na tela. O que será que ocorreu em seu passado? O próprio Kiriyama tem turbulências em lembrar dos acontecimentos daquela época, talvez mais precisamente desse dia em questão. Não podemos esquecer que no episódio anterior eles fazem questão de mostrar algum tipo de preocupação de sua parte quando passa o noticiário sobre um individuo acusado de matar o próprio pai, ao mesmo tempo que é revelado que o senhorzinho que ele derrotou é o adotivo, além do protagonista falando sobre o “calor” do soco que deu. Ele referia-se ao senhor quem derrotou, ou ao seu verdadeiro pai? 


A conclusão que se chega é a de que ele referia-se a ter derrotado o pai adotivo no jogo, por isso o “socou”, e pelo mesmo motivo ele ouviu aqueles homens falando sobre. De qualquer forma, com certeza há uma inquietação nessa parte, em que não sabemos nada do que aconteceu realmente no passado do protagonista, fato esse que nos instiga a querer continuar assistindo.

E sobre o jogo shogi, realmente desejo que tenha algum episódio ensinando ao menos o básico de como funciona, pois particularmente não entendo nada desse xadrez nipônico e seria bom ao menos algumas explicações para o entendimento básico das estratégias do protagonista, que por sinal parecem ser bem inteligentes. Espero então que eu não tenha que ir atrás de explicações no Google para entender algumas cenas.

Avaliação Episódio 1: 5/5
Avaliação Episódio 2: 4/5

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Extras

Que mulher! Como eu to shippando esses dois. O quão mais velha do que Rei ela é?


Colocar monólogos foi uma ideia brilhante, ficou muito engraçado.

Quando ele está no trem aparece uma imagem promocional da obra com o rosto dele próprio. Essa aí também é merchan?


O endcard do episódio 1 (acima) foi desenhado pelo autor de Berserk.


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