Domestic na Kanojo | Primeiras Impressões

Este post é dedicado à galera do Discord que me pediram por esse texto de Primeiras impressões:

Eu odeio vocês!

Domestic na Kanojo, que até então eu desconhecia, é um mangá que, depois de eu terminar de ver esse primeiro episódio, jurava ser escrito por algum otaku fedido que criou uma história espelhada nos seus desejos de viver um triangulo amoroso com uma professora e uma colegial. E para a minha surpresa, é escrito por uma mulher. E eu estava certa de que o autor provavelmente seria Kouji Seo (Fuuka, Kimi no Iru Machi) se superando definitivamente na sua inabilidade de começar uma história. Mas apesar de ter um Q dos mangás do SEO, esse Kanojo consegue soar como algo ainda pior.

A autora é Kei Sasuga, já a conheço de outra obra sua, GE: Good Ending. E apesar dos pesares, novelão abeça, chega a ser um mangá razoável. E com base no seu histórico, já consigo ver que os problemas de GE também vão se repetir em Domestic.
O primeiro deles é seu protagonista, aquele tipo de personagem que tirou a virgindade, mas a virgindade não saiu dele. Pois é! O personagem é bem genérico e sonso, onde a autora o escreve como um ser puramente gentil que faz todas as garotas se atraírem por ele. E claro, é um personagem bem normal e não muito chamativo (bonito)… E esse é claramente o mesmo perfil do protagonista de GE. O que não me dá esperanças alguma de qualquer evolução que não seja um pseudo amadurecimento.

O melhor ainda é como o anime retrata a expressão de surpreso em seu rosto:
Não, por favor… Esse meme já é de Conception!
Mas deixemos um pouco de lado o efeito Bella de Crepúsculo que ainda comentarei. Outro problema é literalmente a forma como as coisas andam e se conectam da maneira mais conveniente e porca possível. Vamos fazer um pequeno resumo >Protagonista vai num encontro em grupo >Conhece uma menina infeliz que quer praticar o ato coito com ele >Ela tem que se explicar para esse seu desconhecido psicologo gigolô >Rola o coito >Ele conta pra um amigo >Whatever, ele já esqueceu tudo e fica paquerando a professora >Mas paquera com a professora >Seu pai fala que vai se casar e a mulher com as filhas vão vir conhecer ele, e aí, NESSE INSTANTE >Surpresa, a menina do coito e a professora são filhas da sua futura madrasta >O filho apoia o pai e o pai diz: QUE BOM ENTÃO SEMANA QUE VEM VAMOS MORAR TODOS JUNTOS UHUU >”Semana que vem”, passa em 1 segundo e eles já estão na mesma casa passando por momentos típicos e comuns como a professora que ele ama sair nua do banho “sem querer” e ele querer beijar ela enquanto ela dorme.
Desculpa interromper sensei, mas sua boca encolheu… E está torta também…
Alem de narrativamente desastroso pela falta de coesão, tudo do mais clichê e batido em histórias com essa premissa acontecem na cara dura e assim todos os elementos do enredo reúnem em uma mesma casa os personagens principais da maneira mais forçada possível. Voila! temos um pseudo drama com um triangulo amoroso cheio de momentos constrangedores! E claro, essa era outra característica de GE, mas não foi tão incômoda durante todo o mangá como é nesse primeiro episódio de Domestic. 
Acho que sei de onde as filhas puxaram a piranhice. e.e
O pai do Fujii que se cuide, senão o filho pega a madrasta também.

E o que poderia ser melhor que isso? 
Diomedea já não é um nome muito animador, e o diretor ser aleatório também não ajuda muito, mas podemos ver que o anime já começa muito bem quando na sua abertura tem uma menina tocando piano enquanto a música tem um som guitarra e uma bateria tão alta que mal dá pra perceber se tem um som de piano no fundo. O anime então se inicia aparentemente normal visualmente, character apesar de genérico não é feio e sem nada incômodo na animação ou background. Mas isso são só os minutos iniciais! Logo a sessão de expressões Bella começam com nosso querido protagonista, seguida de uma crescente inconsistência no character geral, principalmente com o cabelo do Fujii que parece ter vida própria e vive numa constante metamorfose. 
Há ainda sérios problemas com o enquadramento e posicionamento dos personagens, onde vemos diversas cenas onde eles não parecem estar de frente um com o outro enquanto conversam, sem falar nos casos em que nem os olhos dos personagens estão direcionados uns aos outros. Somamos isso com as diversas cenas onde o diretor reduz até mesmo as animações de bocas, colocando os personagens que estão falando de costas, alem das diversas cenas estáticas.

E pra quem acha que estou pegando muito no pé desse anime, é porque provavelmente não virão que o pé do protagonista está quebrado!
Jesus Maria José o que aconteceu com você garoto???

Repararam nisso? Não? Espera, vou adicionar um pouco de luz pra verem melhor:
Talvez foi o sexo que deve ter deixado suas pernas bambas… e.e

Heresia se alguém disser que é o mesmo quadro! Mas deixemos isso pra lá, vou deixar pra lá também o fato de que a trilha sonora que parece musiquinha de espera de central de atendimento, que a edição é ruim, que a dublagem não encaixa em algumas cenas, etc, etc. Não é como se não houvessem animes assim toda a temporada né? Perolas como essa curam até depressão.

Domestic na Kanojo pode até ter alguma trama interessante mais pra frente ou em algum desenvolvimento, Mas seu começo é tão desastroso que não consegue me vender nada no anime que me faça querer ver mais um minuto sequer. É uma fusão de roteiro ruim com uma produção bastante capenga. Não há sequer um personagem que soe interessante e eu poderia até criticar as personagens femininas por parecerem retardadas (como a professora que é uma songa monga), mas convenhamos que todos os personagem parecem retardados. E não dá nem pra justificar que isso é uma comédia pra ser tão bobo, não há sequer indícios de que será, pelo contrário. O episódio força várias vezes um drama chato de adolescente x vida adulta e um romance que se apoia em cima de insinuações sexuais (de maneira semelhante a autora fez muito dramalhão em seu mangá anterior). Isso tem tudo pra se tornar um ecchi novelão que se levará a sério!
Avaliação:      
***