Indo direto ao ponto, eu sinceramente não gostei nenhum pouco do episódio 15. A enredo tá viajado e a diretora provavelmente sabe disso, então tentou encurtar essa parte o máximo possível rushando demais, resultando em mais um episódio avoado e com transições tão bruscas que dá a mesma sensação de estar mudando os canais de TV seguidamente e…
Claro que seria muito bom ter um background maior, porém se for pra voar ele como no episódio 15, era melhor que a mão do roteirista pesasse aqui para mudar e até mesmo tirar alguns elementos de jogo. Porque, convenhamos, QI mais de 8000 e cérebros dissecados é algo um pouco demais, ainda mais para uma adaptação focada como citei. E eu particularmente não vejo problema em ter um subplot sci-fi mesmo que ele tenda para o lado conspiratório e vilanesco (até porque nos anos 80 explodia os filmes de tiras e de ação com marombados, e os mais populares eram recheados de subplots conspiratórios…Mas ainda acho que esse de Banana Fish consegue superar todos cof cof). O problema disso é que é algo que vem totalmente de supetão, estamos tão presos ao drama do relacionamento entre o Eiji e o Ash, e todo esse envolvimento com o mundo do crime… Ai, de repente “BUM” Ash é o Johan Liebert e querem fazer experimentos com ele. É realmente a peça de um quebra cabeça de outro jogo e não desse.
Aproveitando a deixa da comparação, vamos falar do Ash – Oh não, a Maya vai de novo bater na tecla de que o Ash é endeusado!!! – É… pois é!
Criticar algo não quer dizer que aquilo seja ruim, mas se há uma falha, a minha função como ‘cricrítica’ é apontar para aquilo e dizer: Óia ai, cagou! E isso vale bastante para o caso do Ash. Eu gosto muito do personagem e o episódio 16 mostra bem o porque eu gosto desse personagem, ele tem carisma (é esperto, o time comic em cima dele sempre funciona, ele é sádico, engraçado) e ele não é unidimensional (há conflitos dentro dele, sentimentos, um passado, um dilema). Esse é um personagem bom e interessante. Entretanto há outro Ash nesse anime, um é o que a gente vê, o outro é o que enredo quer que nós vemos: o Ash Libert! Isso acaba implicando diversos problemas, um deles é que o roteiro não consegue fazer dos dois a mesma pessoa, não há uma narrativa que trabalhe um lado do personagem que nos convença de que ele seja quem dizem que é, porque no final ele resolve as coisas na porradaria ou na bala. E então, o problema A acaba puxando o problema B. presente nos textos de terceiros que precisam ficar repetindo o quanto desejam o Ash ou o quanto ele é incrível, forçando a ideia de que o personagem é algo alem do que estamos vendo.
E bem, há ainda as cenas do Eiji com o Yut, que meio que não levam há algum lugar e ainda ficaram jogadas no meio dos episódios. Como eu citei no texto passado, não é algo novo, essas cenas meio que apenas repetem algumas coisas incluindo peças da personalidade do Yut que nós já vimos.
No entanto, o que num episódio teve de tropeços, no outro teve de acertos. BF tem vários episódios bons e alguns que se destacam ainda mais nesse meio e entre eles também tem várias cenas engraçadas e descontraídas, mas o 16 é de longe o episódio mais legal do anime e mesmo ainda puxando alguns contras que citei do episódio anterior, é facilmente ignorável, porque é uma sequência de cenas divertidas e a direção foi bem acentuada aqui com a montagem, a animação, o ritmo… Ele ainda é todo imprevisível e brinca com a tentativa falha de resgate do Max, usando bem a causa e consequência e os desencontros fazendo com que a coincidência acabe totalmente frustrada.
É isso, é o episódio mais legal de Banana Fish!