Banana Fish #9 e #10 | Análise Semanal

Esses dois episódios tinham muito para serem ótimos, tanto na parte audiovisual como a trilha sonora que novamente se destaca por captar a emoção e a tensão de determinadas cenas; as atuações de vozes, principalmente no que se diz respeito ao personagem Arthur com direito até a uma gargalhada maligna; a animação e os traços das expressões dos personagens muito bem trabalhados; os cenários carregados de detalhes e tons… Mas também no ponto narrativo, o que se passa nesses dois episódios são acontecimentos muito fortes e marcantes. 

Há uma contrapartida muito interessante em relação ao Ash e o orgulho que ele sentia em segurar uma arma, pois ela é movimentada desde o primeiro episódio em diferentes contextos. Por exemplo, no começo ela acaba sendo um objeto de ligação entre o Ash e o Eiji, um primeiro contato de confiança. Em outra perspectiva, há uma cena em que o Ash começa a ensinar o Eiji a atirar, e podemos até encarar isso como o sentimento do Ash de querer trazer Eiji para o seu mundo, ou melhor dizendo, para seu lado. No episódio 8 há a representação do sentimento de poder que ele sente com a arma através daquela cena com o Sol em sua mão direita. E nesses dois episódios, o que trazia orgulho, o sentimento de segurança do Ash, acabou se tornando a sua ruína.

“Um assassino é o suficiente”, essa frase marca bastante o quanto ele mudou dentro de si, há novos conflitos internos aqui e o outro ponto muito bem colocado é que o Ash agora se encontra exatamente na mesma posição do Max quando atirou no Griffin.


Há também um background politico ocorrendo na série, que principalmente para nós, coincidentemente, é difícil não pensar nos acontecimentos dessa semana e fazer um pequeno paralelo. E afinal, Banana Fish é uma droga fictícia, mas e o conceito? O estimulo do medo e do ódio é real e usado desde os tempo primórdios para manipular as pessoas e jogarem elas umas contra as outras.

E não podemos esquecer de como o Shorter acaba vulnerável à tudo por conta conta de uma série de decisões imprudentes desde o momento em que se envolveu nisso. 

 
Mas então, o que houve para que esses episódios não tenham ficado ótimos? 
Desde o primeiro episódio muitas coisinhas foram cortadas como diálogos e algumas cenas, e tudo bem comprimido com transições rápidos e o texto mais direto. Porém a direção estava boa em cadenciar o ritmo, e isso tem sido estável mesmo com o ritmo oscilando. No entanto era questão de tempo para a direção tropeçar nessa fórmula e eu gostaria muito que não tivesse sido justamente no episódio 9. O 10 nem tanto, as cenas de ação conseguem suavizar bastante isso mesmo que acabem com vários furinhos de roteiro. E do que eu estou falando exatamente? É a montagem dos episódios. Elas são abruptas de uma maneira extremamente incômoda por causa do trabalho ruim de coesão sequencial. 

O episódio 9 estava tão corrido que as cenas não tinham conexão de uma para a outra, por exemplo: Temos a cena do Shorter sendo drogado e o Eiji usado como alvo para o medo dele, na cena seguinte o Eiji está na cama com Yut e Dino, e na seguinte está o Ash de smoking entrando para jantar numa mesa com o Papa Dino e todos os outros… Passa duas cenas curtas e na próxima o Ash já está acorrentado numa cela… Céus! Isso é como comer sem mastigar.

Isso foi muito fofo e.e
Avaliação do Episódio 09: ★ ★ ★ ★  (++)
Avaliação do Episódio 10: ★ ★ ★ ★ ★ (++)