Análise dos episódios anteriores de Banana Fish aqui.
Única ressalva que tive foi quando o Ash rivaliza com a mulher, apesar engraçada, é mais uma vez o enredo colocando ele por cima de todo mundo como se ele fosse melhor em tudo, que aliás é algo que continua durante o episódio, mostrando suas várias habilidades, e por isso estou comentando já…
O anime quebrou um pouco dessa sensação, mas no mangá, a primeira aparição do Eiji é bem simples e natural, leva até algum tempo pra perceber que ele é um dos personagens principais e eu gosto disso, porque é mais como se os personagens fizessem parte da história e não o contrário. E ao longo da série outros personagens vieram aparecendo e aos poucos ganhando suas permanências e importância, como o Shoter, o Max, etc… E nesse episódio tem a entrada do Yut Lung.
Yut tem toda uma forma de se mover que lembra uma cobra e é bem legal como o anime trabalha essa representação, tem algumas cenas que parece que ele se rasteja e se enrola em pelo Shoter. E isso se aplica muito à sua personalidade também. Há uma boa trama familiar entre ele e seus irmãos e seria bem legal se for aprofundado daqui pra frente.
Ainda sobre o episódio 7, eu quero ressaltar o trabalho da direção. Todos os episódios são bem dirigidos, mas aqui e ali tem aquelas cenas que ganham mais atenção.
Pode até dizer que são simbolismos clichês os do por do Sol, mas eles sempre funcionam e são belíssimos, principalmente em Banana Fish. No entanto a diretora estava bastante inspirada ao longo do episódio com os diversos ângulos e um afiado enquadramento para trabalhar com as sombras.
Mas certamente o momento mais interessante e memorável fica para quando o Ash coloca sua mão à frente do Sol enquanto comenta sobre como recorreu às armas. E o Sol simbolizando esse poder.
O título desse episódio me faz pensar bastante sobre sobre a ambientação do mundo do crime em Banana Fish e como ele é vulgar em seu todo. Se eu pegar para um exemplo, histórias como Godfather, Scarface e etc, o retrato que temos de uma máfia é de algo muito fraternal internamente. Mas em BF, as coisas são muito diferentes, Papa Dino soa muito mais como um cafetão e sua volta, seus capangas, parece viverem muito mais em prol do sexo, já que tudo quase se resume à abusos quando o personagem está tentando se impor como ameaçador. Isso faz com que eu não consiga comprar a ideia de que ele é um líder e alguém intimidador, ele é mais como apenas um pervertido rico que quer ter a raba do Ash novamente.
Por outro lado, Lee é um personagem que passa um ar de perigo, mesmo com tão pouco dele mostrado até agora. Porque ele é alguém que trabalha visando ganhos independente de qual lado está, um homem de negócios, o qual ganha a confiança de outros e os traem de acordo com as vantagens. Desse forma, acaba sendo alguém muito mais interessante e que tem uma densidade muito mais na história.
O episódio tem algumas circunstâncias meio bobas até, mas no geral acabou sendo bem intenso e objetivo. E claro, vale destacar mais uma vez a parte técnica do anime, tanto na trilha sonora sempre bem envolvente e ditando muito bem o ritimo, como também a montagem… O paralelo das histórias acontecendo quase que simultaneamente (Ash e Max/ Yut e Shoter/Papa Dino) ficou dinâmico e bem legal.
Eiji da Semana:
– Ash… Ei, Ash… Urgh!!!