Heaven’s Feel é a terceira rota de Fate, que para ser liberada no jogo precisa passar por Stay Night e Unlimited Blade Works – como contamos melhor na nossa Enciclopédia do Universo Fate. Cada rota tem uma heroína principal, que no caso de HF é a personagem Sakura Matou.
Primeiramente é importante ter em mente que este filme não dá para ser assistido como algo individual, ele faz parte da franquia Fate da Ufotable, e como quase todos os personagens já foram apresentados nas séries, o filme é poupado disso, assim como é poupado de eventos tais como a invocação da Saber. Não há hesitação alguma aqui em pular o que já foi visto nos demais animes do estúdio. Isso é um ponto muito positivo e foi bem usado, pois diferente de seus antecessores que tinham como problema a expositividade, Heaven’s Feel não necessitou de explicações. A frase “Não me fale, me mostre” cai muito bem no filme, principalmente nos 25 minutos iniciais onde conseguimos entender tudo o que está acontecendo sem a necessidade de algum personagem nos contar.
Aliás, este começo do filme tem um trabalho rítmico excepcional, dando saltos no tempo e ao mesmo tempo apreciando calmamente cada cena, com quadros em planos abertos lindíssimos e um vazio imersivo.
Entretanto, esse ritmo acaba oscilando no restante do filme, não de forma prejudicial, mas suficientemente perceptível. Algo que alguns minutos a mais de filme poderiam dar um equilíbrio maior.
Com os cortes o enredo ficou mais enxugado e objetivo, sem qualquer enrolação (algo que UBW deveria ter trabalhado melhor), porém o grande diferencial é o trabalho do diretor Tomonori, que fez com que tudo citado funcionasse sem que a essência de Fate fosse perdida mesmo vestindo uma nova roupagem à forma de se conduzir.
Heaven’s Feel revisita alguns personagens que já apareceram em Fate/Zero com alguns twists interessantes e cria-se uma atmosfera de mistério que funciona muito bem graças à falta de exposição e à montagem do filme, que forçam o público a teorizar e ficar buscando respostas durante o filme. No entanto, como uma faca de dois gumes, tais recursos não funcionam sempre a 100%, houveram algumas transições abruptas que precisavam de alguns minutos a mais para ajudar o publico a se localizar no que está acontecendo.
A animação é muito bem fluída, contém cenas impressionantes e todos os elementos visuais são harmônicos. E como é de se esperar, a Ufotable sabe usar muito bem os efeitos em CGI. Entretanto, há cenas em que os personagens também estão em 3D, e mesmo que seja bem feito e utilizado poucas vezes, são mudanças minimamente desconfortantes. Acima de tudo, a staff faz um ótimo trabalho audiovisual, seja da montagem, edição do som, efeitos. Sem falar nas cenas de ação muito bem executadas.
No geral, o filme é muito bom mesmo podendo ser questionável a construção de alguns personagens como por exemplo a Sakura e Zouken que não tiveram muito destaque nos outros animes. Mas vale lembrar que este é a primeira parte e que vários pontos devem ser encaixados com a sequência. O mais importante é que o anime cumpre bem com sua proposta e deve agradar principalmente os fãs do jogo.
Direção: 9 (Excelente)
Roteiro: 7 (Bom)
Produção Visual: 9 (Excelente)
Trilha Sonora: 9.5 (Excelente)
Entretenimento: 8 (Ótimo)
Nota Final: 8.5 (Ótimo)
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