Hisone to Maso-tan | Primeira Impressões


A estreia mais atrasada da temporada finalmente recebendo a atenção que merecia, estamos falando de Hisone to Maso-tan na sua jornada de evolução. Hisone é uma garota problemática, ansiosa e hesita bastante, e Maso-tan é uma criatura da qual não se deixava domar por ninguém, como será a relação destes dois?


Ao primeiro instante é um choque o design, ele não é semelhante a nada desta década de animes. Essa é uma marca dos esforços de Aoki Toshinao. O resultado é uma arte única do tipo ame-a ou deixa-a, 8 ou 80. Não há muitos criadores dispostos a apostarem em diversificarem em modelos tão aceitos, está é uma qualidade importante para caracterizar toda a ambientação e animação.

A ambientação fluiu naturalmente pelo episódio, se dedicando a explicar o que são os dragões e o universo atual da obra (se trata do presente), marcando positivamente a presença da Mari Okada – famosa pela sua construção dramática em grupos de personagens e por não explicar a concepção de mundo de seus animes – junta da animação que esteve fluida e carregada de cenários lindos; É uma produção forte o suficiente para ter presença própria em meio tantos animes.

Porém, se por um lado a produção é boa e a concepção deste mundo foi decentemente introduzida, a explicação dos próprios personagens – da protagonista principalmente – pareceu apressada e tropeçou em detalhes. Não é nada severo ao ponto de não entendermos o porquê de ela ser escolhida pelo Maso-tan, se trata de cenas que seriam interessantes mas sendo cortadas. Isso deu a sensação de pressa com a chegada na junta militar, a aceitação [da protagonista] sobre o que está acontecendo, além da “sobrecarga emocional” que a fez surtar no final do episódio tomando uma decisão por uma motivação que nem ao menos foi bem introduzida/desenvolvida.. Isso sem falar da propaganda da Yakult.

Ao se cortar certas cenas e pular para outros momentos é um indicativo de que o anime precisa chegar em certo “lugar” para mostrar sua essência sem querer revelar o seu segredo até lá, que em resumo se trata da evolução e passado dos personagens. Está é uma promessa do diretor Shinji Higuchi depois de seu hiato de 20 anos e podemos ver ela ao perceber como o anime se apresenta, ele é ansioso.

A abordagem mais comum em estreias que pretendem evoluir seus personagens é começarem a falar de motivações, mas aqui a rota primeiro mostra os problemas dos personagens, suas inseguranças, seus erros para depois justificar porque são assim. Será que funciona? Há mudanças durante, e ainda por fim acabam mudando a personalidade, eles são voláteis iguais a Kaizaki Nao e de qualquer pessoa normal.

O elenco inteiro é único, o design facilita diferenciar cada figura e figurante. Para cada personagem, é transmitido pelo design sua personalidade; o pequeno tamanho do elenco principal facilita a interação de todos, e o dragão é um desafio por não falar – é necessário mostrar e simbolizar sem o uso de diálogos.

Um ponto forte que a estreia mostrou é sua comédia natural, há situações cômicas por si só como a saída de emergência e o modo de pilotar o dragão, ela precisa ser engolida e regurgitada ou … de qualquer modo algumas risadas para te prender serão certeza, e a destreza da Hisone também ajuda. Ainda que no final seja questão do senso de humor de cada um.

Concluindo, estamos diante de um raro caso de anime que tenta ser único em cada aspecto, de forma apressada, conseguindo encher os olhos quando voa e mostra o céu com sua arte. Recomendo aos fãs de slice of life ou drama mais leve por sua proposta mais contempladora dos aspectos simples da vida.


Avaliação: ★ ★ ★  ★


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