Sora Yori mo Tooi Basho #9 ao 11 | Análise Semanal


Os episódios 9, 10 e 11 de Sora yori mo Tooi Basho são muito importantes para a obra como um todo, através deles finalmente pudemos ver a chegada das garotas a Antártica e também pudemos apreciar mais trechos intensos de desenvolvimento das personagens e o quanto essa jornada as transformou. 

Os aspectos técnicos nos episódios 9 e 10 mantiveram-se muito bem feitos, como o esperado. A computação gráfica do navio icebreaker no episódio 9 foi muito bem feita em todos os momentos. O episódio 10 trouxe cenários diferenciados, porém, houve uma pequena queda de qualidade no detalhamento dos characters designs, no entanto, felizmente, isso não prejudicou em quase nada o episódio em si. A trilha sonora novamente teve um papel significativo nesses 3 episódios nas cenas mais emocionantes, foi sutil mas belíssima e muito relevante.

No episódio 9, que até agora é o meu favorito, pudemos entender mais sobre a Toudou Gin, que tipo de pessoa ela é e sua relação com Shirase e sua mãe, através de cenas como: a entrevista de Toudou pelas garotas, onde ela disse que o seu “tipo” de pessoa é alguém como as nuvens; a parte em que a mãe de Shirase deixa-a aos cuidados de Toudou; a emocionante cena do exato momento onde a mãe de Shirase desapareceu em meio a nevasca e, na minha opinião, uma das melhores cenas do episódio 9 e de todo o anime, a da conversa entre Shirase e Toudou. Gosto bastante dessa parte pois ela exibe a complexidade dos sentimentos de Shirase quanto ao desaparecimento (morte) de sua mãe e desenvolve as duas personagens através de um excelente storytelling, com um drama intenso mas sutil e realista, algo raro de se ver em um anime. Outra excelente parte desse episódio é a cena final, onde o tão prometido e aguardado momento acontece: o navio finalmente chega à Antártica! E não apenas acontece a chegada, a cena em si é bem carregada emocionalmente pois finalmente Shirase realiza o seu sonho e toda a tripulação, que compartilhava o mesmo sonho que ela, também. Apesar de todas as dificuldades e de tantas pessoas dizerem que nada disso daria certo, eles conseguiram, o enredo nos faz sentir a alegria dessa conquista. Essa parte final também traça um paralelo com a cena de Toudou contando a história de como o Japão foi neglicenciado à exploração da Antártica e como ele se superou e venceu

Na primeira metade do episódio 10 pudemos entender o cotidiano da base de exploração japonesa na Antártica, como as atividades são divididas, como as comemorações de datas como o Natal acontecem e etc. Na segunda metade acontece algo curioso envolvendo a Yuzuki: ela demonstra não entender o que é uma amizade, pensa que as amizades só podem acontecer quando solicitado explicitamente e, esse pensamento de Yuzuki gera um estranhamento muito grande por parte das outras garotas, principalmente por parte de Kimari. O ápice desse não-entendimento de Yuzuki se dá quando ela pede para que as garotas assinem um “contrato da amizade” e essa atitude de Yuzuki gera um descontentamento imbuído de empatia por parte de Kimari, que a abraça em lágrimas em uma cena emocional e bonita. O desenvolvimento dessa questão se dá com conversas entre Yuzuki, Shirase e Hinata e entre Yuzuki e Mari, tendo o seu ápice e resolução final através da comemoração do aniversário de Yuzuki em uma outra cena também muito bonita e típica de Sora Yori. Através de todas essas cenas pudemos novamente presenciar o desenvolvimento e construção das personagens, como indivíduos e como grupo. Sora Yori faz cenas que exigem muita habilidade da direção e dos roteiristas parecerem usuais e comuns, o que novamente demonstra o quanto esse anime possui um trabalho de personagens tremendamente bom e um roteiro excelentemente bem construído, palmas para a obra.

O episódio 11 é marcado por dois núcleos: o núcleo de exploração à Antártica e suas exoticidades, onde foi mostrado cenários diferenciados e outras atividades e o núcleo principal — o do conflito de Hinata com as suas supostas “amigas” da época de escola, onde houve bastante desenvolvimento e construção de personagens, feitos de uma forma realista e muito bem montada: houve um crescendo de intensidade ao decorrer do episódio. Tiveram muitas cenas interessantes a esse respeito, como: a intensa cena de Hinata na neve irritada com a falsidade de suas supostas “amigas”, que a abandonaram e voltaram como se nada  tivesse acontecido, pedindo desculpas por um erro permanente (o background de Hinata também foi levemente explorado no episódio 6); também houve diversas pequenas partes da Hinata ignorando ferozmente Shirase quando ela perguntava sobre o que tinha acontecido, até que Shirase, por curiosidade e preocupação, lê um e-mail destinado a Hinata e, depois de acontecer uma cena de conflito entre as duas, Hinata acaba por entender as motivações de Shirase e conta mais sobre seu passado; há também uma cena muito emocionante em Rundvågshetta: a cena da conversa de Shirase a sós com Hinata, onde é possível entender nas entrelinhas o respeito mútuo entre Hinata e Shirase. A cena que conclui o conflito das “amigas” da época de colégio é muito intensa, emocional e desenvolve muito bem as personagens — Shirase (inicialmente apenas ela), por meio da transmissão ao-vivo, diz a essas “amigas” o que a Hinata gostaria de dizer — que ela tinha seguido em frente, encontrado verdadeiras amigas, não tinha se remoído e que elas mereciam todas essas palavras pelo que fizeram. Essa foi uma das melhores cenas finais do anime até então, do meu ponto de vista.

O que esperar dos próximos episódios? Difícil dizer, acredito que as duas situações mais prováveis sejam: momentos muito dramáticos envolvendo as protagonistas, com a possível morte de uma delas, o que seria extremamente corajoso e depressivo ou momentos de aquecer o coração, com um final bem fofo, bonito e feliz. Nos resta esperar e torcer para que os episódios finais e a conclusão sejam feitos com maestria, assim com o resto da obra o é. 

Avaliação do Episódio 9: ★ ★ ★  

Avaliação do Episódio 10: ★ ★ ★  ★ (++)
Avaliação do Episódio 11: ★ ★ ★  ★ (++)

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