Godzilla: Kaijuu Wakusei (2018) | Review

 |FILME 1/3 | Estúdio: Polygon Pictures Diretor: Koubun Shizuno (AjinDiretor de Som: Satoshi Motoyama|

Sinopse
No ano de 2048, a raça humana é forçada a deixar a Terra após décadas de derrotas contra o Godzilla e outros monstros gigantes. Eles fazem uma viagem de vinte anos para outro planeta chamado Tau Ceti e, quando chegam, descobrem que o planeta se tornou inabitável. À medida que as condições de vida na nave se deterioravam, um jovem chamado Haruo lidera um movimento para retornar à Terra e retirá-lo dos monstros. A nave faz com sucesso a viagem de retorno, mas a equipe descobre que vinte mil anos se passaram e o ecossistema da Terra evoluiu, com Godzilla reinando no topo da nova cadeia alimentar.

Analise

Godzilla apareceu pela primeira vez em 1954 no filme Gojira, desde então o personagem teve diversos filmes que vão desde stop motion até computação gráfica (nenhum realmente bom) – e agora em um anime full CG. 

Godzilla: Kaijuu Wakusei representa um mundo invadido por kaijus destruindo tudo ao seu alcance. Após décadas dessa forma, em 2048, um navio intergaláctico chamado Atratrum começa uma jornada de 20 anos, com seus passageiros humanos à procura de um novo planeta para se instalar. Eles descobrem que o planeta novo para onde estão indo não é adequado para a habitação humana, e um curso é definido de volta para a Terra, com um novo plano para derrotar Godzilla, o kaiju mais poderoso de todos.
Este não é um filme para aqueles que nunca viram nada de Godzilla. Enquanto as recentes adaptações tentam reiniciar a série, como foi em 2014 com o péssimo Godzilla  americano e o Godzilla Resurgence de 2016, esse filme já assume que você conhece o Godzilla e todo o universo de Kaijus a sua volta; sendo assim nos momentos em que o Godzilla está longe e carregando energia você deve automaticamente assumir que ele vai usar a clássica Baforada, ficando tenso visto que é uma habilidade avassaladora.  A obra toma como base que seu público sabe o quão destrutivo e imortal realmente é esse mostro, logo é um filme recomendado para aqueles com alguma bagagem do Godizila. 


A configuração inicial é até que bem feita. A vida no interior da nave espacial Atratrum é vividamente retratada, com a tripulação tendo que racionar até mesmo a água. Inicialmente achei legal o fato de todos os trajes espaciais estarem sujos e riscados, mas uma vez que observei os arranhões eu não consegui mais parar de olhar para a roupa de todos, verificando se todos os seres humanos usavam trajes espaciais cortados. E sim, todos estavam, é simplesmente a mesma textura. Foi um trabalho incrivelmente mal feito, principalmente para um filme. 

É dada para o protagonista uma certa profundidade mesmo que clichê, mas essa profundidade perde muita da sua força por momentos de euforia do protagonista. Godzilla é melhor descrito como uma força imparável da natureza e muitas vezes o produto de um erro humano. Sendo assim, o desejo de Haruo de vingança gritando coisas como: “seu bastardo!” para um lagarto gigante, rouba qualquer profundidade do personagem. De certa forma, é o seu inimigo, mas ele não consegue entender suas ameaças! É muito bobo e infantil ao extremo. 

Não há muitas oportunidades, mas entre os poucos confrontos com o Godzila, podemos ver o background da Terra destruída. Como diretor de arte temos o experiente Yukihiro Shibutani, que consegue com uma abordagem própria representar bem um planeta terra coberta de hostilidade. 
De certa forma, Godzilla: Kaijuu Wakusei  é uma fuga da fórmula convencional de monstros gigantes, porém mais do que isso, ele é uma grande homenagem. Ninguém retornaria a um conceito tão ridículo como MechaGodzilla (que será um personagem principal na sequência) se não tivesse um profundo amor pela franquia. 


Mas a maior homenagem/conexões ​​para com os filmes de Kaijus são os efeitos sonoros e a partitura musical, composta pelo Takayuki Hattori compositor de Godzilla 2000. Juntamente com o celebre rugido do Godzilla, temos os clássicos efeitos sonoros retrabalhados de forma a manter a essência do clássico antigo, só que com um tom contemporâneo. 

Godzilla: Kaijuu Wakusei não conta uma história completa, ainda terá um segundo filme, que será lançado na temporada de verão de 2018. Vai ser uma longa espera antes de finalmente encerrarmos os mistérios salpicando no roteiro de Gen Urobuchi. Mesmo com vários problemas de ritmo, a experiência no geral foi boa, me deixando na torcida para que a obra se arrume para os próximos filmes. 

Godzilla: Kaijuu Wakusei é um filme interessante para pessoas que gostam do personagem Godzila, o filme faz valer a reputação da franquia entregando uma premissa de ficção científica legal com boas sequencias de ação em seu ato final.  
Direção: 5
Roteiro: 5
Animação: 5
Soundtrack: 7 
Entretenimento: 6
Impacto Emocional: 3