Nos quinze primeiros capítulos todos os outros integrantes do grupo também já são introduzidos à história. A Houzuki é um dos destaques pelo tamanho envolvimento, exploração e dramaticidade que o roteiro dá ao seu passado. A garota é a única do clube que já domina bem o instrumento e isso é devido ao seu passado; ela era uma das principais estrelas de uma das maiores famílias de koto do Japão, mas horríveis acontecimentos fizeram com que ela saísse do grupo da família, sendo até mesma abandonada por sua mãe.
Todos os membros do clube possuem alguma construção muito interessante e com algum tipo de ressentimento passado ou frustração, citei o de de Houzuki por ser um grandioso caso que é apenas apresentado nesta primeira quinzena, pois seu desdobramento se leva ao decorrer da trama.
O mangá desenrola-se primeiramente com o aprendizado dos integrantes sobre o koto, uma vez que apenas Houzuki sabe tocar bem, e Tokise que era o único que já estava no club anteriormente, toca de maneira apenas razoável. Há uma motivação pessoal dos personagens muito bem desenvolvida em suas relações com o instrumento; É incrivelmente belo como roteiro consegue fazer as ligações sobre as ambições, os medos, traumas do passado, o sentimento de falha e as dificuldades de se aperfeiçoar de todo o elenco para dar aos personagens motivos para os quais tocar.
Um dos fatores que sem dúvida nenhuma é mais gratificante no mangá é o de presenciar o crescimento pessoal de cada um deles, amadurecendo como pessoas e entendendo muito mais além da música. Os personagens aprendem a depositar seus verdadeiros sentimentos no koto. Fazem as cordas do instrumento tocar o corações das pessoas como literalmente é mostrado em algumas cenas; é muito bela a forma como o grupo vai evoluindo e mostrando reconhecimento de uma identidade própria. Reconhecimento de que tocam colocando todos seus sentimentos em ação, o reconhecimento de que expressam uma verdadeira felicidade harmônica em conjunto.
Em contrapartida a isto tudo, vale dizer que o mangá é muito bem humorado com cenas e diálogos bem divertidos entre os personagens em suas interações, há um bom equilíbrio entre as partes para que a história não seja apenas um dramalhão, o alívio cômico é funcional. Além disso, há o romance que começa a surgir lentamente entre dois casais durante a história. É impossível não torcer e se alegrar com as cenas em questão.
No momento em que escrevo esta análise o mangá está em seu 57º capítulo e continua desenvolvendo seus personagens e suas convicções, enquanto eles agora buscam as nacionais de koto do Japão. Para isso, anteriormente, eles participam das eliminatórias e alguns outros eventos, e é aí que clubes de koto de vários outros colégios são apresentados. Seus membros também ganham uma exploração do roteiro e praticamente todos com suas barreiras e problemas internos. O mangá consegue desenvolver estes secundários durante suas apresentações e durante os decorridos eventos, fazendo com que o leitor ganhe empatia pelo conjunto apresentado e sinta-se por dentro de um espetáculo de determinação. São lindíssimas histórias por todos os cantos.
O roteiro de Kono Oto Tomare juntamente aos lindos desenhos, criam momentos de impactos emocionais enormes. Mesmo sem ouvir as apresentações de koto é possível se sentir encantado com o empenho e os sentimentos que todos colocam na hora de tocar. A arte sabe dar uma atmosfera encantadora e muito impactante em tudo.
A arte que é especificamente outro principal ponto da obra. É limpa, incrivelmente linda e rica em detalhes. É realista e ajuda a melhorar as várias emoções dos personagens e da própria história. Reforço em dizer como é incrível que a arte seja capaz de entregar a intensidade dos momentos cruciais. Mesmo sem poder ouvir nada, é possível compreender e sentir o desempenho das apresentações. Esses incríveis desenhos proporcionam uma imersão absurda na hora dos concertos. Amyuu Sakura é incrível por ser capaz de mostrar as emoções visualmente. Este mangá faz jus a “Uma imagem vale mais do que mil palavras”.
Concluindo, Kono Oto Tomare é um excelente mangá sobre interações e construções de seus personagens e suas superações pessoais, exercendo ótimos desenvolvimentos e dilemáticos do elenco, além de atribuir um visual muito belo que contribui absurdamente para o conjunto da obra. O mangá desenvolve de maneira muito interessante uma história que não é tão original assim, colocando um diferencial nas caracterizações construídas, além de ensinar bastante sobre o instrumento apresentado e nos encher de momentos emocionantes.