Akashi Records #12 – Impressões Finais e Review

O desdobramento final deixou muitos, mas muitos furos e questões em aberto cujo roteiro não fora capaz de se aprofundar em todo esse tempo, acabaram também não conseguindo fugir daquele clichê em que o protagonista surge como herói por coincidência no momento exato.

Como havia dito na análise da semana passada, o corte tão brusco da direção em já mostrar que Glenn teria sumido não criou o suspense e o drama que deveriam ter ocorrido para o impacto desse ato final. Tentaram passar a ideia que ele sumiu, mas foi tão rushado que os efeitos não surtiram da maneira como deveria. A luta final foi até divertida e com dedicação da produção (na medida do possível, é claro. Comparando-se com a consistência de animação que o anime mostrou até o momento, não foi tão ruim), mas ficou no mínimo aleatório e confuso o que Glenn fez, pensou e tentou fazer a partir do momento em que “sumiu” no episódio anterior.

Porém, os problemas que se destacam mesmo são os ocasionados por todo apressamento de cenas. Só agora resolveram citar verdadeiramente o tal do Akashi Records, a magia mais poderosa, e ainda assim não explicaram absolutamente nada sobre isso. Como se não bastasse, outras questões que foram abordadas ao decorrer da série nem ao menos foram desenvolvidas e/ou concluídas neste que nem cara de desfecho final teve. Parecia apenas mais um daqueles clímaces apressados que a série apresentou durante todos episódios. 

Visual inusitado da Shiro Neko como noiva.

O fim do episódio ficou com uma grande cara de que é necessário bem mais para cobrir, desenvolver, ambientar e concluir todos os problemas e situações geradas durante o anime. Ainda finalizaram-o como Glenn sendo o fodão de tudo, como se nada tivesse acontecido.

Avaliação: ★ ★  ★ ★ 
REVIEW DO ANIME
 
Akashi Records se iniciou com uma possível fuga de clichês de animes do gênero com harém e aventura em escola de magia, apresentou personagens carismáticos que chamaram muito a atenção, mas falhou suscetivamente no seu roteiro.
 
Sem dúvida alguma um dos pontos mais positivos para a série foram os personagens muito agradavelmente apresentados, com uma história de fundo muito interessante e até de certo modo bem desenvolvida, ou com disponibilidade para tal exploração ao decorrer da obra. As heroínas mostraram um bom desenvolvimento pessoal, presença feminina e importância em suas relações e relevâncias para o roteiro. Mas parou por aí. A inicialmente elogiada personalidade do protagonista, Glenn, foi sufocante o bastante para proporcionar cenas e eventos idiotas, infantis e sem muito o que se levar a sério durante o desenvolvimento do anime – as cenas de suas táticas idiotas para as batalhas em equipe contra o professor adversário é um claro exemplo.
 
Seria possível que o mesmo autor que fez backgrounds relevantes tão decentes para as heroínas fosse capaz de imbecilizar o protagonista em alguns certos momentos? Ou seria o roteiro do anime que, para fazer apressas nos desdobramentos dos inúmeros eventos que foram picotados e mal desenvolvidos, adicionou várias cenas ou diálogos originais e sem sentido em que eventualmente o protagonista ficou mais infantil do que deveria (como no exemplo acima) ?

O ponto mais crítico e inteiramente falho da série foi essa sequência de eventos. Desde o início das minhas análises semanais eu citei todos os acontecimentos tentando explorar a lógica entre eles e quais as ligações para um desdobramento final que seria o que deveria acontecer. Mas não foi assim. O anime resolveu adaptar mais de 5 volumes de light novel com um rush absurdo ao longo de seus doze episódios, colocando diversos eventos e mini arcos com desenvolvimento e desfechos extremamente rápidos, estes que não se encaixavam entre si ou que não faziam conexão com nenhum evento maior que estava por trás de toda trama – é o mínimo que se espera de uma história que se preze. 

A superficialidade da série foi tanta que nem há como fazer uma análise adequada dos seus eventos. Começou com uma invasão à escola que não foi explicada, seguindo de um arco de torneio em que uma das empregadas da rainha se mostrou uma espiã secreta de uma organização do mal, cujo os objetivos e desenvolvimentos não foram finalizados; um arco aleatório sobre o projeto Revive resolvendo o passado de RE=L, mas sem qualquer continuidade do plano; por fim, um professor aleatório que deveria se casar com a heroína principal, em meio a um epidêmico caso de drogas letais não resolvido e um velho conhecido do protagonista que estava por trás disso apenas querendo o tal Akashi Records não explicado. Este é praticamente o resumo dos acontecimentos conturbados e desanexados que a série trouxe, nem citei outros fatores como sobre a antiga amada do protagonista que muitas vezes foi comparada a Sistine, e que não foi explorada assim como outros tantos personagens interessantes do elenco.

Não olhei a light novel (obra original) de Akashi Records para saber se a história possui estes mesmos espantosos problemas, mas verifiquei a adaptação em mangá. Até mesmo o mangá mostrou cenas puladas do anime e foi mais completo em várias explicações mesmo não sendo tão extraordinariamente superior como adaptação. Ficou notável essa diferença. Provavelmente não é o autor que possui problemas com desenvolvimentos de eventos e com a ambientação extremamente mal explorada, fora apenas um enorme tropeço da staff do anime.

O resto da parte técnica do anime foi no geral muito bem aceitável. Uma direção e trilha sonora decentes o suficiente para impactar e trazer boas cenas de pontos-chave, recompensando a animação e consistência precárias. A direção teve suas falhas devido ao comprometimento com o roteiro, mas proporcionou cenas fortes de boa direção visual (as cenas das garotas na praia à noite enquanto o protagonista as observa é um ótimo exemplo) além de certo impacto quando necessário como já mencionado. A trilha sonora não foi tão chamativa mas eficaz em geral nas batalhas para aumentar disfarçar um pouco da falta de animação.

Foi bem notório o esforço da LIDENFILMS em fazer o máximo possível em várias cenas de ação para tentar proporcionar o mais decente o possível, é plenamente visível que em vários momentos houveram tais esforços – um exemplo disso são as lutas do episódio final. 
Akashi Records inicia-se com um tom refrescante de originalidade com o grande impacto dos carismáticos personagens, mas passa a decepcionar muito antes do fim da sua primeira metade com os ilógicos, rápidos e mal desenvolvidos eventos (ou arcos) que ocorrem entre si – perdendo-se até mesmo em clichês ou atitudes idiotas do protagonista. Eu não recomendaria o anime tendo em visto o lado negativo tão gritante, já que sua parte visual no geral também não é de se chamar atenção.
Direção: 5.5/10
Roteiro: 3/10
Produção Visual: 4/10
Trilha Sonora: 5/10 
Entretenimento: 3.5/10

Nota Final: 4/10
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