Sakurada Reset #5 | Análise Semanal

Tivemos a introdução de uma nova personagem, a Sera, com um estudo de personagem bem segmentado e uma incrível construção episódica.


Sinceramente, eu acreditava que esse episódio seria no mesmo estilo do último, como uma introdução para uma “missão” que duraria 2 episódios , não esperava que seria uma narrativa episódica bem autocontida e muito menos com a qualidade empregada. Dentre os aspectos mais relevantes temos: 

O diálogo com professor depois de apresentar a Sera, que é idêntico ao diálogo do final do episódio 2, inclusive a execução visual, ou seja, o animê queria resgatar um ponto aberto e explicá-lo naquele momento. Sendo basicamente uma retomada para o que já foi apresentado, contando de forma mais detalhada o processo deles entrarem no tal clube. Que acaba servindo de gancho para o caso da Sera e também mostra como a obra não é linear na sua narrativa, depois de á encontrarem, descobrem que ela está com sua “alma” presa dentro de um objeto, onde o foco dos focos iniciais do episódio é apresentar essa nova personagem e desenvolvê-la de forma orgânica. Também vale ressaltar a excelente trilha sonora que compõem o plano de fundo e agrega ao clima mais reflexivo das cenas, durante todo o episódio.


Detalhe para o diálogo entre a Sera e a Misora, que trazem toda aquela premissa apresentada nos episódios anteriores, de que ela está se desenvolvendo socialmente aos poucos e como esse processo influência na relação dela com outras pessoas. A obra destacou o ponto das inter-relações por meio da maneira como se fala, tomando algo simples e até certo ponto pouco relevante, como premissa para desenvolver a personagem, por meio de conflitos internos e conversas. Mostrando como coisas pequenas, podem afetar a si mesmo e os outros ao seu redor, que é algo trabalhado como um subtema dentro da proposta principal do episódio.



Voltando para a Sena, a conclusão dela foi bem coerente e bem construída,trabalhando em torno da sua mentalidade “inocente”, o contraste entre o que ela queria fazer(como um ato de rebeldia para quebrar esse paradigma em que vivia) e o que ela acreditava piamente como correto e pura. No entanto, toda vez que ela tentava passar desse ponto, ela desistia e voltava para sua “zona de conforto”, o que não foi o que ocorreu nesse episódio e levou a toda essa construção mais densa e reflexiva, por parte dessa personagem. Vale ressaltar as excelentes sacadas visuais análogas com o contexto das situações, como a ideia de ela entrar dentro da bola de gude e ponteiro do relógio, de forma a usar esses elementos para o entendimento dos sentimentos da personagem. Principalmente pelo uso de uma palavra que representa perfeitamente a narrativa dessa personagem, uma “antítese” como o próprio Kei disse.



No mais, foi um episódio bem melhor do que o esperado, contextualizando e concluindo bem a proposta do episódio, com boas sacadas visuais, que demonstraram que a direção do animê está mais presente e ativa. Além de um roteiro mais maduro, que sabe trabalhar conflitos que parecem simples dentro de um âmbito geral, mas que se colocados dentro do contexto de personagem, pode representar uma ótima reflexão, no caso, baseado na critica sobre filosofia individual e o papel de regras socialmente, bem como a relação de causa e efeito. Portanto, foi um episódio mais denso e reflexivo, muito bem escrito e segmentado, com traços melancólicos como de praxe, mas sem a monotonia costumeira! 


Avaliação Episódio 5: ★ ★ ★  

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