Black Torch – Interessante Mangá sobre Ninjas Modernos e Mononoke | Primeiras Impressões

Black Torch é o novo mangá da Jump Square, revista mensal da Shueisha que carrega obras como Ao no Exorcist consigo. Estarei analisando essa estreia como recomendação, e só estarei levando em consideração o capítulo um.
Sobre: Como descendente de ninja, Jirou Azuma aprendeu técnicas shinobi sua vida toda. Mas, além disso, ele também possui a habilidade de falar com animais. Um dia, quando ele salva um estranho gato preto chamado Ragou, ele aprende que o mundo é repleto de espíritos chamados “Momonoke” que podem assumir a forma de pessoas e animais. Entretanto, esse encontro é interrompido quando são atacados por um Momonoke hostil que está atrás dos poderes de Ragou.

Análise

Esse mangá definitivamente chamou minha atenção, muitos até mesmo estão o chamando de “novo Bleach” inclusive, ainda que esse citado eu nunca tenha lido ou assistido por falta de interesse. A história inicia sua estreia enfatizando a ideia de que Azuma consegue falar com animais, sendo de certa forma um defensor dos bichos que cercam a vizinha de agressões de pessoas ruins que andam pelas ruas. 

Um ponto curioso de se observar sobre a personalidade do protagonista, ele é muito mais simpático e amigável com os animais do que com o próprio homem do templo em que mora, no qual trata com menosprezo e antipatia. Sua interação com outros humanos foi mínima nesse primeiro capítulo então não dá para ter certeza sobre seu temperamento, mas deu a entender que ele não é tão bom com outras pessoas como com os animais, isso pode ter ocorrido por algum problema familiar ou exclusão do garoto que o levou a não ser tão gentil com outras pessoas; O que pode indicar bem isso é o fato dele citar que havia uma cachorra quem cuidava bem dele antigamente, como uma avó.

Outro ponto muito interessante é que a história se passa em tempos modernos, em que não existem tantas pessoas que seguem tradições antigas do Japão, e por esta causa são poucos os de linhagem Shinobi que ainda praticam ou zelam pelos templos da família. 
O capítulo de estreia é basicamente o que se propõe na sinopse, Azuma encontra um gato que na verdade é o espírito de um Mononoke (prefiro chamar de Youkai, mas ok) que não queria ter sido salvo por um humano. O tal espírito não quer ficar aos cuidados do garoto e acaba fugindo,  enquanto um outro Youkai que quer matá-lo o persegue. O protagonista então se funde com o gato mononoke tornando-se um ninja com habilidades sobrenaturais, o que é o ponto-chave do diferencial do protagonista na história e seu decorrer.

Esse tipo de ligação e conexão entre dois personagens, um sobrenatural e um humano, é bem fácil de encontrar em outras obras que envolvem tema parecido, como o próprio Ushio To Tora. Ainda assim, não é uma abordagem tão genérica partindo-se do ponto que há mil e uma maneiras de se desenvolver a história ou a própria relação a partir disso.

Toda parte mística como youkais e espíritos divinos com suas lendas, mistificações e selamentos também são bem introduzidos pelo gato negro no meio do capítulo. Não entrarei nessa questão para não dar spoilers, mas é uma parte bem explicada que não fica supérflua.

É possível perceber também, com a parte final do capítulo, que algum tipo de organização mais atual – que teve portar de ferramentas tecnológicas e armas, vai aparecer e intervir na vida de Azuma, começando assim o progresso da história. Essa mescla de Shinobis x Youkai x Agentes (?) parece que será muito interessante se bem trabalhada, não há como prever muito bem os rumos que o roteiro pode seguir dessa forma, o que é um fator muito bom para acabar com histórias fáceis de antecipar.
Sobre os desenhos, os quadros de ação são muito bem feitos. O autor sabe detalhar a coreográfica de batalha e as ações dos personagens de modo fácil de se entender, além do próprio design e traçado serem muito finos, encaixa perfeitamente com a temática de shinobis e demônios, acaba sendo um mangá bem estiloso.

Concluindo, Black Torch é uma boa aposta de história envolvendo ninjas e o sobrenatural, com uma arte muito estilosa que chama atenção a beça. O rumo do roteiro ainda é indefinido, mas vale a pena dar uma olhada nesse início para ver se o ritmo e a forma como a história é conduzida agrada. No geral foi uma ótima estreia, obviamente com várias pontas e questões a serem respondidas, mas que cumpriu bem o seu papel de chamar atenção do leitor para querer saber mais.
Avaliação: ★ ★ ★  ★