Fate/Grand Order: First Order (OVA) | Review

Sinopse
Um observatório que vigia o destino da humanidade identifica vários pontos anormais de singularidade – e um deles é na cidade de Fuyuki, onde aconteceu a Quinta Guerra do Santo Graal. Cabe a Ritsuka Fujimaru, um jovem candidato a Mestre, executar o plano para acabar com eles e salvar humanidade – a Grande Ordem.

Análise
Fate/Grand Order é uma obra baseada em um jogo de mesmo nome, a história do jogo por sua vez foi escrita por Kinoko Nasu, sendo canônica dentro do universo do criador, como já dito em uma Live Stream do jogo. O enredo do OVA roda em torno da contextualização do universo e a primeira ordem. Geralmente começo falando do roteiro, mas dessa vez vou deixá-lo por último.


Começando com a direção que ficou por conta do Hitoshi Nanba (Gosick): É difícil tentar falar desse aspecto sem se sentir no mínimo decepcionado, o trabalho dele foi muito abaixo da média. Primeiramente, a construção de cenas: As cenas não traziam impacto nenhum, tanto para aqueles que não conheciam o jogo (o que não é o meu caso), quanto para os que conheciam; Um exemplo claro disso foi a cena que a Mashu estava com uma gigantesca “placa de pedra” sobre ela e nada na reação do protagonista ou no ambiente trazia um senso de urgência para a situação, tudo estava apagado e sem vida. Além disso, que luta foi aquela da Arthuria contra a Mashu? A coreografia de luta foi horrorosa, todo o potencial foi desperdiçado e os movimentos de luta estavam parecendo os de visual novel. Não é justo comparar com as batalhas que a Ufotable anima, no entanto, a maioria das lutas não passavam nada, nem urgência, heroísmo, coragem, ímpeto, sacrifício, não transmitia absolutamente nada. E nem ao menos na cena de morte da Olga a ambientação da obra conseguiu passar uma carga dramática descente, é realmente uma pena, mas a unica coisa que a direção acertou foram os cortes. 


Se mantendo um pouco nessa premissa, vamos para a animação. Não é novidade nenhuma o OVA ser tão mediano assim nesse quesito, já que o estudio Lay-Duce é um tanto desconhecido. Apesar disso, a animação estava muito abaixo considerando que OVAs e filmes tendem a ser mais polidos que obras serializadas, e não foi isso que transpareceu, a animação estava em um nível semelhante a de animes serializados para TV. Mas os problemas não acabam ai, os quadros estavam bem mal desenhados, principalmente os de transição (between frames), ficou bem na cara que faltava quadros, e isso incomoda, uma coreografia de luta mediana e uma animação limitada é algo muito problemático para uma obra que carrega o nome “Fate” consigo.


A música ficou a cargo do Ryou Kawasaki, que não é um profissional de muito renome e currículo na industria, já a direção de som ficou com Takeshi Takadera, que no caso tem mais renome e trabalhou em obras como Absolut Duo e Pandora Hearts. O que me surpreendeu negativamente é que nem mesmo o Takeshi conseguiu trazer algum brilho para as lutas e cenas mais carregadas com a trilha sonora, muito foi devido a composição sonora do Ryou ser limitada, mas podia fazer mais, já que visualmente o anime não ajuda, o foco poderia facilmente se voltar para a trilha sonora, coisa que não aconteceu. Concluindo, a sonoplastia ficou bem abaixo, Takeshi trabalhou com a Yuki Kajiura em Pandora Hearts e eu esperava bastante dele, o Ryou por sua vez foi bem limitado e não conseguiu surpreender, mesmo com algumas musicas tendo sido retiradas do jogo.


E por fim o roteiro, Fate/Grand Order tem muitos conceitos e conciliar isso com, lutas e desenvolvimento de personagem em um filme de 74 minutos é algo muito difícil, e tendo isso em mente, Ayume Sekine se saiu bem. Porém, ele não conseguiu dar aquele algo a mais, o ponto fora da reta foi o Cú Caster, que conseguiu dar uma maior dinâmica para as cenas e alguns diálogos pontuais, alinhando bem o tempo entre contextualização de informação e desenvolvimento dos personagens. Lembrando que a base para o roteiro dele foi o Kinoko Nasu, então obviamente que os personagens vão ser desenvolvidos nos próximos OVAs, contando com isso que eu tendo a aliviar mais a crítica ao seu trabalho; Além de novato, ele teve que escrever um roteiro baseado em uma narrativa do Nasu e com apenas 74 minutos para o mesmo. Quanto a estória, é praticamente impossível dar um veredito apenas baseado no primeiro OVA, falta muito desenvolvimento,conceitos e informações sobre o que está sendo proposto e o brilho dessa narrativa vai se revelar mais para frente, só posso falar isso, mais que isso vira spoiler.

O OVA é uma boa adaptação da primeira ordem do jogo, apesar de eu ter apontado erros em diversos aspectos técnicos, isso se deve ao Fate/GO ser cannon e ter a sombra das adaptações da Ufotable no quesito qualidade técnica. Porém, avaliando a obra por si só ela é boa, mas não passa disso, o roteiro que era o ponto alto ficou bem limitado pelo tempo, staff e orçamento (Uma staff limitada e sem renome revela falta de investimento, que por sua vez revela limitação no orçamento).  

Direção: 5/10
Roteiro: 7/10
Produção Visual: 6.5/10
Soundtrack: 6.5/10
Entretenimento: 7/10
Impacto Emocional: 8.5/10 (Para quem joga Fate/GO)

Nota Final: 6.5/10 (Mediano/Bom)