Análise Semanal: Shuumatsu no Izetta #12

Um final digno da obra, mesmo não tendo um fim trágico, o clímax se mostrou convincente e muito bem feito!

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E vamos para o ultimo episódio da obra, de cara já da para perceber que a direção queria trabalhar com vários “planos”, com isso eles conseguiam segurar a atenção do espectador nas cenas de diálogos, mantendo-o atento aos acontecimentos da obra. Um dos problemas que pode ser gerado por esse recurso roteiro é se usado exaustivamente ou se os cortes forem muito bruscos ou tirarem o senso de progressão das falas/lutas. No caso do anime, o Compositor de série conseguiu trabalhar bem com esse recurso, com cortes nos momentos certos e implementação de outros recursos visuais em conjunto(os flashbacks por exemplo). Sendo algo que eu já havia reclamado nas análises dos episódios anteriores, e que nesse ultimo episódio se sobressaiu e evidenciou um potencial que poderia ter sido explorado antes, a duvida que fica no ar é se essa deficiência é do por parte do roteiro(que eu duvido) ou do orçamento limitado(mais palpável).


Quanto o embate entre a Sophia e a Izetta, foi muito melhor do que eu esperava. Primeiramente pelos diálogos bem construídos, geralmente animes shounen tem um problema muito recorrente de colocar diálogos extensos demais e flashbacks em meio a luta para dar mais impacto visual e carga dramática. No caso de Shuumatsu, eles conseguiram balancear bem esse quesito, com diálogos bem elaborados e curtos, recursos visuais bem colocados e uma construção de cena muito rica, construindo um ambiente sensacional para aquela batalha, conseguindo imergir o espectador dentro do ambiente criado, quebrando a estranheza de ver duas bruxas lutando e jogando trens, laminas, tanques, em meio a batalha.


Quanto aos personagens. A obra tentava exaustivamente fazer o espectador criar empatia com os personagens-chave da estória, a forma como eles são lembrados pelo roteiro evidencia muito bem essa premissa, o trabalho de direção desse episódio ressaltaram muito isso, criando conflitos bem trabalhados e que valiam o tempo gasto no episódio. Um grande exemplo disso foi o fim do Sieghart, um personagem que foi apresentado de forma a se criar um desgosto por ele, mas que teve a sua redenção muito bem aplicada, sem diálogos longos ou uma construção de cena trágica ou uma trilha sonora fúnebre, mas com apenas um resquício de recurso visual sensacionalmente aplicado. Destaque para Sophia, um personagem que teoricamente seria usado apenas para criar batalhas épicas e confrontar a Izetta, mas conseguiu trabalhar algo que faltava na Izetta, que era o conflito ideológico e conseguiu dar um panorama do motivo dela ter sido traída, uma conclusão digna de um personagem que criou uma dualidade na obra. 

Muito se esperava da conclusão da obra, hora ela tentava construir uma atmosfera mais densa e pesada, em outras focava na esperança e o poder de um ideal nobre. No fim, o anime se concluiu mesclando um pouco dessas duas diretrizes, com um trabalho ideológico mais conclusivo e presente na narrativa, dando um teor de mais maturidade para os seus personagens. Por outro lado, ainda conseguiu manter a mentalidade  pura das protagonistas, sem destruir a premissa trágica da guerra. Além disso, uma conclusão utópica dessa guerra deixa mais pontos de reflexão que poderia sobrar caso fosse um fim trágico, trazendo uma reflexão mas filosófica sobre os efeitos de uma guerra, a narrativa conseguiu trazer isso pelo sua forma de contar a estória, se usando do fim trágico de personagens em ambos os lados da guerra, tanto o Jonas como o Ricelt mostraram esse lado mais brutal e o tom do anime conseguiu absolver essa diretriz. Vou tentar explorar mais a obra no review final dela, então aguardem ele, lá vou tentar esmiuçar mais a obra e pontuar mais conceitos como esse.

Extras: 

Para não fica repetitivo vou juntar esse em dois, tanto o Vaticano como a fogueira. Apesar de ser uma referência já manjada(inquisição sem fogueira?),  o papel do Vaticano na politica Europeia ao ponto de um Ducado se render a entregar a bruxa nas mãos deles. O ponto é que todo esse “background” é além de uma critica, uma reflexão sobre a dificuldade humana em lidar com o desconhecido, coisa repetida diversas vezes desde o primeiro episódio e que perdura desde a idade média do universo da obra.



Esse é outro exemplo do ponto citado acima, quando algo esta acima do ser humano ou é diferente dele de alguma forma, ele se prostra de forma a conflitá-lo. A cena ilustra bem a tendencia humana de estar acima e no controle de tudo, o que é bem a cara dos EUA. 


Essa referência aqui é algo que é debatido exaustivamente nas aulas de História. Teria Hitler se suicidado ou foi morto por alguém? A obra deixa no ar que Elliot teria o matado, mas assim como atualmente, isso não passa de teoria da conspiração.


Aparentemente essas Bruxas tem um corpo mais resistente que o material que compõem um caça germânico, vou dizer que é uma magia da bruxa que protege ela e mais alguém com ela(caso da finé aguentando uma velocidade de 400km) para não dizer que é furo de roteiro. 

Um furo de roteiro notável é o da Izetta ter sobrevivido, além de ter sido forçada, todas as informações e as circunstancias apresentadas no episódio levavam para um fim trágico para Izetta. No entanto, mesmo com o corpo dela sendo destruído pela magia e a queda da altura de onde ela estava, ela sobreviveu.   


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