Flip Flappers – O conceito das Ilusões | Análise #01 e #02


Estava me perguntando “qual anime eu deveria pegar nessa temporada?” já possuindo algumas ideias e sempre mantendo em mente que seria melhor optar por apenas um; Ao ver o segundo episódio de Flip Flappers eu entendi bem como seria a obra dali em diante, e decidi comentá-la nas próximas semanas pelo motivo em que a história se mostrou constituir.

Flip Flappers nada mais é que uma história que tenta se passar de forma inocente, trazendo o inimaginável aos olhos de quem assiste – e da protagonista Kokona – por um único propósito central: Gestalt. Você sabe o que é isso? Grosseiramente, é um tipo de psicologia ligada a filosofia que segue a tese de que toda a concepção é obtida por partes do meio de um conjunto; Só assim o cérebro percebe, interpreta e incorpora uma imagem ou uma ideia. 

No anime, o conceito Gestalt fica evidente em ambos episódios com todas cenas e imagens que referem-se a ilusões, tanto o mundo de óptico em que que Kokona interage, como nos acontecimentos estranhos que ocorrem no seu dia dia juntamente de outras pessoas, que por vez acabam nem se dando conta do que está acontecendo de absurdo ali. Outra ideia que se ocorre é o Mirror Stage que segundo o psicanalista Jacques Lacan é parte inicial – e fundamental – do desenvolvimento humano. Para chegar lá, ele mencionou três componentes importantes para a experiência subjetiva, e os três elementos são o real, o imaginário e o simbólico. A partir disso, segundo o francês, a ideia de ego (responsável pelo contato do psiquismo com a realidade, o mundo externo ao indivíduo.) e superego (influências externas, alguém que serve de modelo, exemplo) vem do imaginário, então a nossa própria concepção de como somos, vem do imaginário. Em Flip Flappers, vemos o espelho propriamente dito, com Kokona tentando se entender no imaginário, tentando achar sua verdadeira identidade sobre o mundo e sobre a si mesma, através de diversas mensagens subjetivas. Papika é a personagem que a ajuda, insistindo com aquela sua forma inocente para que a protagonista certifique-se de descobrir a si mesma, e pelo mesmo motivo que quando a protagonista está em perigo Papika acaba ficando overpower e pelo próprio instinto vai salvá-la.

Também é possível identificar o fator Gestalt na abertura do anime, em que encontram-se presentes várias cenas e simbologias. Outro ponto perceptível é que os mundos de ilusões que os personagens frequentam fazem referências a alguns contos, como ficou evidente “Alice no país das maravilhas” nesse segundo capítulo.


Por isso, então, cada vez que eles forem a Pure illusion deverá ser algo incomum, cada hora um mergulho diferente em cada área do psicológico da protagonista para o descobrimento já levantado. A parte final do segundo episódio foi um bom desfecho para o que o anime se tornará , indicando os vários lugares em que passarão e o objetivo ainda oculto dos amigos de Papika quererem aqueles cristais que realizam desejos.

Para encerrar, a parte técnica. Flip Flappers lançou dois episódios de dar inveja com sua animação fluida e lindos designs alternativos dos personagens. Os Backgrounds não ficam atrás, são lindíssimos tanto no mundo real como nos mundos de ilusões. Também vale a pena citar a ending, que mostra as personagens passando por vários desses mundos, fazendo referências a outros contos europeus com base folclórica, com uma música linda e bem sugestiva ao anime tocando.

Compilado de alguns quadros do encerramento.


Avaliação Episódio 1: 3.7/5

Avaliação Episodio 2: 3.5/5

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