Praticamente todos clímaxes ocorridos no anime são de quando ocorre o 100% de Mob, mas todos por uma razão. Ele é incitado a soltar sua verdadeira força para liberar tudo a fora mesmo contra a sua vontade, mas como ele também é um humano sua a pressão e nervosismo acarretados causam sua transformação. E essa é parte em que vemos como o protagonista é fraco em não se controlar transformando e destruindo tudo e logo depois arrependendo-se com um profundo remorso.
O mais interessante vem pela segunda parte com seu irmão Ritsu entrando na história. Como um paranormal ofuscado pela “fama e poderio” que seu irmão, chega a querer se descontrolar também; O roteiro trabalha de maneira rápida sem muitas explicações para que tais coisas aconteçam, o que deixa alguns acontecimentos fora de lógica ou entendimento completo. Nesta parte Mob chega aos seus 100% por ver seu irmão sofrer, uma das coisas que mais doem para ele e que de certa forma era inevitável, tratando-se de família. O arco seguinte que é levada até o seu final, trata-se de uma “organização de vilões” que conseguem fugir do clichê em serem bem… bobões. Esta parte do episódio 11 se encerra bem com Reigen protegendo o insolente Shigeo e o fazendo não perder o controle com um grande tapa; Seria um ponto chave para o encerramento do anime já que deixa aparente um melhor controle de Mob sobre seus sentimentos e também sobre seus poderes, uma vez que o mesmo começa a usá-los sem ficar totalmente enfurecido, mas novamente o roteiro tornou as coisas mal explicadas, com vários pontos falhos, por exemplo: Como diabos ele emprestou poderes PSÍQUICOS ao seu mestre? O episódio final foi um anticlímax se comparado ao anterior, pelas motivos já ditos e por finalizar de maneira non-sense demais.
O grande diferencial de Mob é o seu design. Os traços são alternativos (também chamados de “zuados”), rascunhados e totalmente característicos de ONE, que por sua vez não é o maior desenhista que se encontra por aí. Dizer que o design é ruim ou bom é puramente gosto pessoal; Não adianta discutir profundamente sobre isso já que muitos não gostam de traços ripsters em anime e sentem incomodo nisso. Eu, particularmente, me atraio muito por desenhos abstratos e ripsters, então os designs caíram como uma luva a mim, pois penso que esses traços combinam totalmente com a comédia cômica da obra e é graças a ela que temos os diversos rostos deformados e super expressados cheios de gag dos personagens.
Toda parte visual de MobPsycho chama atenção: Coloração florescente e misturada que ocasionava efeito psicodélico nas cenas, efeitos visuais na hora da expressão de alguns personagens cujo pareciam em uma espécie de espessura e textura (gif acima), backgrounds muito bem feitos desenhados a mão como claramente é mostrado no encerramento; Uma abertura que também possuía simbolismos non-sense que foram muito bem trabalhos para serem psicodélicos. A animação foi excelente, impossível de se reclamar mesmo não gostando dos designs, cheia de sakugas e fluidez incondicional que foi encontrado em praticamente todos episódios, ainda mais nas cenas do 100% de Mob em que era extravasado ao máximo. Estúdio Bones caprichou muito bem na animação, tornando o abstrato e o ripster do anime ainda mais sensacional aos olhos de quem assistia.
Direção, storyboard e enredo também foram ótimos; Em suma uma grande e caprichada parte técnica do anime que não ficou atrás em nenhum momento (mesmo com algumas coisas como o design dos personagens não agradando a todos); A soundtrack em último lugar, foi capaz de preencher todos momentos impactantes que a série trazia, e aquela música de abertura foi particularmente genial.
Conclusão
MobPsycho 100 é uma comédia cômica de animação e designs fora do comum que retrata sobre os sentimentos de um personagem que os oculta como pode, com ótimas lutas e desenvolvimento emocional equilibrado. É uma grande recomendação, até mesmo para aqueles que não são tão chegados e/ou acostumados com o traço.
Direção: 8.5/10
Roteiro: 7/10